CULTURA
Um oceano de guitarras altas
O ápice da banda aconteceu 1995, quando lançaram o ambicioso CD duplo Mellon Collie and the Infinite Sadness.
Publicado em 12/08/2012 às 8:00
No início dos anos 1990, os Smashing Pumpkins surgiram como uma resposta ao rock despojado do grunge. Sem deixar as guitarras distorcidas de lado, o grupo de Chicago investia em arranjos mais elaborados e letras com algo mais a dizer. O ápice da banda aconteceu 1995, quando lançaram o ambicioso CD duplo Mellon Collie and the Infinite Sadness, um épico de rock de letras viscerais, melodias agridoces e arranjos retumbantes.
Mas os integrantes do SM nunca foram tão entrosados quanto sua música e nos últimos 15 anos, com entre-e-sai de bateristas, guitarristas e baixistas, o grupo não conseguiu estabelecer uma série discográfica tão inspirada quanto seus primeiros discos – Gish (1991), Siamese Dreams (1993) e o citado Mellon Collie...
Por volta de 2000, a banda chegou a dar um tempo. Seis anos depois, o vocalista Billy Corgan retomou o grupo com o lançamento do impessoal Zeitgeist, que teve pouca repercussão junto à crítica e ao público. Mas agora, um novo sol se abriu com o lançamento de Oceania (EMI, R$ 29,90), sétimo trabalho de estúdio que acaba de chegar às lojas.
Com uma nova e participativa formação – Jeff Schroeder (guitarra), Nicole Fiorentino (baixo) e Mike Byrne (bateria), semelhante a do início da carreira, com dois caras e uma garota -, o Smashing Pumpkins retoma a sonoridade consistente dos primeiros discos.
Oceania nasceu de uma proposta conceitual, tocada por Corgan como forma de se alinhar aos novos tempos e renovar a clientela de fãs: Teargarden by Kaleidyscope é um projeto de 44 músicas que vem sendo lançadas paulatinamente na internet, um universo de onde saíram as 13 grandes faixas do novo trabalho.
Ao passo em que Billy Corgan supervisiona pessoalmente as vistosas reedições do catálogo da banda (veja box abaixo), o Smashing Pumpkins oferece um material novinho em folha com ótimo acabamento.
Gravado no estúdio de Corgan, em Chicago, e com distribuição internacional da EMI, o vocalista deixou-se envolver pela nova turma, com idades entre 20 e 30 anos – mais novos que o vocalista, que acaba de chegar aos 45 anos – e se saiu com joias do quilate de ‘Panopticon’, ‘The celestials’ e ‘My love is winter’, 'Pale horses' que dão o tom melancólico ao CD.
Mas o disco tem vigor (‘Quasar’, 'The chimera') e poesia (‘Violet rays’), que, embalados pela belíssima imagem de Richard Shay (filho do célebre fotógrafo americano Art Shay), se torna um belo recomeço para uma banda que tem muito a oferecer.
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