ECONOMIA
Venda de imóveis recua em JP
De acordo com pesquisa, no primeiro bimestre deste ano, vendas cairam 9,04%, o que representa um valor de R$ 329,147 milhões.
Publicado em 03/05/2012 às 6:30
O ano de 2012 começou em ritmo mais lento para o setor de construção civil na Grande João Pessoa. Segundo pesquisa encomendada pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil de João Pessoa (Sinduscon-JP), no primeiro bimestre do ano, o volume de vendas teve uma redução de 9,04% em comparação com o mesmo período do ano passado, caindo de R$ 329,147 milhões em vendas em janeiro e fevereiro de 2011, para R$ 299,389 milhões neste ano.
No total, nos dois primeiros meses deste ano foram negociados 1.027 imóveis, registrando uma queda de 7,05% na quantidade de unidades vendidas no período. Apesar das reduções, segundo o tecnólogo em negócios imobiliários, Fábio Henriques, responsável pelo levantamento, a projeção para este ano é de forte crescimento no setor, podendo chegar a 17% em comparação com o ano passado.
Isto acontece porque a redução no bimestre foi ocasionada apenas pelo desempenho verificado no mês de janeiro. Em fevereiro, o ritmo de crescimento já foi recuperado e a tendência é que este desempenho seja seguido pelos próximos meses.
“Neste ano, nós temos uma perspectiva melhor porque além do financiamento crescimento imobiliário, também temos a redução nas taxas de juros, que deverão incentivar o consumo”, avaliou Henriques.
Conforme o levantamento no mês de janeiro deste ano, as vendas de imóveis novos pelas construtoras somaram R$ 162,206 milhões, houve uma redução de 31% na comparação com o ano passado, quando o montante das vendas chegou a R$ 235,9 milhões. “A redução que ocorreu neste ano não significa que as vendas foram ruins. O que ocorreu foi que o mês de janeiro do ano passado foi atípico e as vendas foram muito acima das médias dos outros meses”, comentou.
O presidente do Sinduscon-JP, Irenaldo Quintans, acredita que além da base de comparação do mês de janeiro ter sido mais alta por causa do desempenho de vendas no mês no ano passado, o clima de incertezas por causa da crise econômica que atinge os Estados Unidos e países da Europa também fez com que as vendas fossem mais baixas no início do ano. “Em janeiro ainda houve uma retração no consumo por causa dos reflexos da crise internacional, que deixaram os consumidores inseguros. Agora, com as medidas que estão sendo tomadas pelo Governo Federal, a população está vendo que o Brasil está forte para enfrentar instabilidades internacionais e está voltando a ter disposição para o consumo”, avaliou.
Em fevereiro, de acordo com o levantamento, a alta nas vendas já foi de 46,47%, encerrando o mês com R$ 137,183 milhões em vendas, enquanto que no mesmo mês do ano passado o valor negociado foi R$ 93,657 milhões. “Na média de vendas dos dois meses, já temos valores acima da média mensal do ano passado e isto faz com que esperemos um bom crescimento neste ano”, informou.
Para o presidente em exercício do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da Paraíba (Creci-PB), Jarbas Araújo, a alta nas vendas no mês de fevereiro foi observada no dia a dia dos profissionais que trabalham com a venda de imóveis.
“Janeiro realmente percebemos que as vendas estavam abaixo das perspectivas, mas em fevereiro as coisas já mudaram. Ainda não temos dados referentes ao mês de março, mas observamos também que as vendas foram boas”, comentou.
A pesquisa leva em consideração apenas os imóveis novos (em construção ou já prontos) oferecidos pelas construtoras da grande João Pessoa. Segundo Fábio Henriques, a média de abrangência do levantamento é de cerca de 90% do mercado imobiliário na região da capital.
MÉDIA MENSAL
Em 2011, a média mensal do montante movimentado com a venda de imóveis novos na Grande João Pessoa, segundo Fábio Henriques, foi de R$ 127,5 milhões. Neste ano, verificando o desempenho dos dois primeiros meses, este valor já subiu para R$ 149,6 milhões. Com isto, caso a média permaneça a mesma pelos próximos meses, a expectativa é que até o mês de dezembro o setor some R$ 1,8 bilhão em vendas, perfazendo um crescimento de 17% em comparação com o ano passado. Em 2011, o volume de vendas cresceu 6,68%.
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