VIDA URBANA
Crianças fazem fila para participar de projeto contra a obesidade
Projeto atende cerca de 300 crianças, e outras 300 esperam para receber orientações do Programa de Controle da Obesidade.
Publicado em 30/08/2012 às 6:00
Batata frita, coxinha, refrigerante, chocolate, sorvete e outras guloseimas, muitas vezes são as primeiras opções que as crianças optam no cardápio. Aliado a isso está o crescimento de pré-adolescentes que estão acima de peso ou até dentro da faixa de obesidade, doença que cada vez mais atinge a população. Em Campina Grande, o Programa de Controle da Obesidade que funciona no Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (Isea), em parceria com a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), atende cerca de 300 crianças, porém tem mais 300 na fila de espera para tentar alcançar o peso ideal.
Desde o início do ano, um garoto de 13 anos afirma que vem 'sofrendo' para perder peso. Habituado aos lanches fora de hora, o menino já superou os 70 quilos e vem buscando chegar cada vez mais perto do seu peso considerado ideal. “Eu tinha 74 quilos no começo do ano, mas o médico disse que eu preciso chegar perto dos 60. É difícil e eu estou sofrendo porque eu sinto falta de comer guloseimas e tomar refrigerante durante a semana”, disse o adolescente.
Contando com 10 profissionais que orientam os usuários atendidos pelo programa de Controle da Obesidade, sendo oito da área médica, uma das primeiras barreiras a superar foi se adequar à realidade das crianças de Campina Grande, já que parte delas têm pais que também estão na faixa de sobrepeso ou já se encontram obesas. A idealizadora do Programa, Carla Medeiros, disse que isso aumentou a responsabilidade dos profissionais, que tiveram que ampliar a atenção oferecida.
“Como temos muitas crianças obesas, cerca de 20% de acordo com uma pesquisa que fizemos em 2009, nossa preocupação aumentou porque identificamos que os pais geralmente mantêm o mesmo hábito e por isso acabamos identificando uma família obesa. Temos uma lista de espera considerada grande e por isso precisamos nos preocupar em dar qualidade de vida para esse grupo”, disse a coordenadora se referindo ao grupo de pessoas que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pode chegar a 40 mil no município.
Contando com dois médicos, uma enfermeira, duas assistentes sociais, dois psicólogos e um preparador físico, o Programa de Controle da Obesidade ainda depende de uma ampliação em sua estrutura para poder receber quem compõe a lista de espera.
“Precisamos de um local para atividades físicas que sejam monitoradas diretamente na nossa sede. Isso iria facilitar muito e nos proporcionaria ampliar nosso atendimento”, disse Carla Medeiros.
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