VIDA URBANA
Transporte é desafio na Funad
O que torna a vida dos pacientes e dos pais ainda mais complicada; alguns enfrentam uma longa jornada até a sede da instituição, em JP.
Publicado em 23/09/2012 às 15:58
Há 6 anos, a rotina da dona de casa Rosenir Cavalcanti do Nascimento é marcada por viagens feitas a João Pessoa. Moradora da cidade de Sapé, a 45 quilômetros da capital, ela é mãe de um menino portador de deficiência física.
A criança não fala e nem anda sem ajuda. As sequelas foram deixadas por um problema ocorrido no parto, 11 anos atrás. Três vezes por semana, filho, mãe e avó materna precisam se deslocar até a capital para prosseguir com o tratamento na Fundação Centro Integrado de apoio ao Portador de Deficiência (Funad). “É uma luta muito grande, que chega até a ser cansativa. Mas vale a pena. Meu filho melhorou muito depois que começou a fazer terapia aqui”, conta a mãe.
Além das dificuldades impostas pelas limitações físicas do filho, a jornada da dona de casa fica mais penosa por causa do transporte. Para chegar a João Pessoa, ela depende de um ônibus cedido pela Prefeitura de Sapé. O veículo sai do município ainda nas primeiras horas da manhã e faz o caminho de volta no começo da tarde. É o mesmo trabalho feito por coletivos de outras 194 cidades que enviam pacientes para a Funad.
O problema é que alguns municípios estão reduzindo a quantidade de viagens e prejudicando o tratamento dos pacientes. O caso já é motivo de preocupação para a presidente da Fundação, Simone Jordão, que teme o agravamento do estado de saúde das pessoas prejudicadas. Dos 194 municípios que enviam pacientes à Funad, pelo menos, dez começaram a apresentar problemas com o transportes.
A dirigente explica que o problema se tornou motivo de preocupação. É que os pacientes, com sessões marcadas, ficam impedidos de comparecer ao serviço porque os municípios não disponibilizam os ônibus. “Atendemos a cerca de três mil pessoas. Destas, 70% são residentes em municípios do interior e dependem do transporte fornecido pelas prefeituras para prosseguirem com as terapias”, destaca.
Ela explica que a falta dos ônibus é a principal causa para interrupção dos tratamentos. “Esse problema da falta de transporte é o maior desafio que nós precisamos enfrentar.
Alguns municípios estão com dificuldade de manter os ônibus, o que prejudica muito o tratamento. Há casos em que uma mesma pessoa precisa vir a João Pessoa para fazer terapias duas vezes por semana, mas os municípios acharam por bem reduzir essas viagens para uma. A falta de regularidade nas sessões terapêuticas atrasa o tratamento”, declara.
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