ECONOMIA
Custo da construção desacelera em junho
Apesar da subida menos acentuada, a Paraíba ainda tem o custo mais alto do Nordeste por metro quadrado.
Publicado em 09/07/2014 às 6:00 | Atualizado em 05/02/2024 às 16:27
O custo do metro quadrado das construções na Paraíba apresentou uma desaceleração no mês de junho, após uma forte alta em maio. Em junho, a alta foi de 0,23%; mesmo assim, a variação acumulada do ano, de 5,08%, permanece acima da média da Região (3,18%). Apesar da subida menos acentuada, a Paraíba ainda tem o custo mais alto do Nordeste por metro quadrado, com uma média de R$ 933,21, apesar de permanecer ligeiramente abaixo da média nacional, de R$ 953,56.
Os dados são do Índice Nacional da Construção Civil (INCC/Sinapi), divulgados mensalmente pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em maio, o aumento havia sido de 3,64%, o maior do Nordeste e o segundo maior do Brasil, puxado pelo acordo sindical referente aos salários dos trabalhadores.
A variação foi menor por conta da estabilidade do custo da mão de obra, que não apresentou alteração em junho, ao passo que em maio a subida havia sido de quase 9%. Com isso, o aumento diz respeito apenas à alteração nos preços dos materiais, que subiu 0,41%. “Em maio, incidiu o acordo coletivo, o que resultou numa alta momentânea. Em junho, a variação da mão de obra foi zero”, explica o gerente do Sinapi, Augusto Oliveira.
De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Civil de João Pessoa (Sinduscon-JP), Fábio Sinval, o custo maior não significa que as empresas saem ganhando.
“Há o preço de custo e o preço de venda. Nosso preço de venda não é o maior do Nordeste, apesar de o custo ser o mais alto.
Com isso, provavelmente as margens de lucro das construtoras é mais apertada”, afirma.
Sinval destaca que o setor sofre menos esse ano com a falta de mão de obra qualificada, o que aumenta a produtividade e beneficia o setor. Com o acordo coletivo firmado para 2014, a mão de obra não deve sofrer reajustes este ano. “A tendência é que as correções do Sinapi nos próximos meses se concentrem apenas nos materiais; essas variações podem ser para mais ou para menos”, diz.
DESONERAÇÃO
A desoneração da folha, que foi implantada entre abril e junho de 2013, foi reintroduzida através da Lei 12.844 de 19 de julho de 2013. Com isso, empresas dos setores de construção de edifícios, instalações elétricas e hidráulicas, acabamento e outros serviços ligados ao setor tiveram o benefício prorrogado até dezembro de 2017. Entretanto, obras de incorporação imobiliária – referentes à construção de condomínios – não são contempladas. A desoneração se aplica aos contratos posteriores ao dia 1º de abril de 2013.
Oliveira afirma que os índices sem a desoneração são publicados apenas para cobrir os contratos anteriores ao mês de abril do ano passado, mas o indicador principal do IBGE é composto com a desoneração. Entretanto, Sinval lembra que, na Paraíba, o benefício vale apenas para obras públicas. “Todas as construtoras, para efeitos legais, são consideradas incorporadoras. Por isso não contam com a desoneração da folha”, frisa.
BRASIL
No Brasil, o índice Sinapi apresentou um aumento de 0,61% em junho. No acumulado de janeiro a junho, o índice foi de 3,71%, inferior ao aumento no mesmo período em 2013, de 4,10%. Em 12 meses, os custos subiram 7,05%, sem considerar a desoneração da folha. Com a desoneração, o aumento mensal foi de 0,59%.
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