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POLÍTICA

STJ nega, por unanimidade, recurso para evitar prisão de Lula

Ministros do STJ votaram pela manutenção da prisão do ex-presidente.

Publicado em 06/03/2018 às 15:45 | Atualizado em 06/03/2018 às 18:32


                                        
                                            STJ nega, por unanimidade, recurso para evitar prisão de Lula

A Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou, por unanimidade, o pedido de um habeas corpus preventivo para evitar a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.Os cinco ministros que avaliaram o mérito se pronunciaram contra a defesa do ex-presidente. Votaram os ministros Joel Ilan Paciornik, Marcelo Navarro Ribeiro Dantas, Reynaldo Soares da Fonseca, Jorge Mussi e Felix Fischer. O julgamento foi transmitido ao vivo pelo canal do STJ no YouTube. Com a decisão, o STJ reitera que Lula pode ser preso após 2ª instância.

O relator do habeas corpus, ministro Felix Fischer, destacou alguns pontos afirmados pelo TRF-4 para embasar o seu voto, como o fato de não se tratar de prisão cautelar e o de que não haveria porque tomar medida diversa da adotada pela corte regional em ações similares.

O ministro Jorge Mussi considerou que ainda não foi demonstrada qualquer ilegalidade ou abuso no processo ao qual Lula responde e a ordem de prisão sequer foi expedida. "Não se pode utilizar o habeas corpus para obstaculizar eventuais ilegalidades ou constrangimentos ainda não existentes e que sequer se sabe se eles ocorrerão ou se poderão ser reconhecidos", declarou.

Já o ministro Reynaldo Soares da Fonseca contestou argumentos da defesa de que o ex-presidente deveria recorrer em liberdade por não ter atrapalhado o processo. Ele ressaltou, ainda, que o entendimento do STF que permite a execução provisória da pena tem efeito vinculante. "Na seara constitucional a última palavra é do Supremo Tribunal Federal. Não cabe às instâncias ordinárias nem ao STJ alterar o entendimento da Suprema Corte", argumentou.

 Assim como o relator do processo, ministro Felix Fischer, o ministro Ribeiro Dantas citou a supressão de instâncias, pois Lula ainda possui um recurso pendente de julgamento na segunda instância da Justiça Federal, que pode resultar “até na absolvição do paciente ou anulação integral do feito [condenação]”, disse. “Como então impedir a execução de uma condenação antecipada que não se sabe nem se será aplicada?”, indagou Ribeiro Dantas.
Defesa tentava se antecipar à prisão de Lula

Neste habeas corpus, os advogados se anteciparam à decisão da segunda instância da Justiça Federal, que pode determinar a execução provisória da sentença que condenou o ex-presidente a 12 anos e um mês de prisão na ação penal envolvendo o triplex no Guarujá (SP). A defesa pretendia evitar a execução da pena imposta ao ex-presidente pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), enquanto não forem esgotadas todas as possibilidades de recurso. Em janeiro, durante o recesso, a liminar foi negada pelo vice-presidente do STJ, Humberto Martins.

A possibilidade de prisão, para execução provisória da condenação do ex-presidente, ocorre em função do entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) que validou, em 2016, prisão de condenados pela segunda instância da Justiça, mesmo cabendo recurso aos tribunais superiores. A decisão foi, inclusive, citada pelos ministros que negaram o pedido de habeas corpus de Lula.

Condenação

No dia 24 de janeiro, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região, sediado em Porto Alegre, confirmou a condenação de Lula, pelo juiz Sergio Moro, na ação penal envolvendo o tríplex no Guarujá (SP) e aumentou a pena do ex-presidente para 12 anos e um mês de prisão.

Na decisão, seguindo entendimento do STF, os desembargadores entenderam que a execução da pena do ex-presidente deve ocorrer após o esgotamento dos recursos pela segunda instância da Justiça Federal.

Com o placar unânime de três votos, cabem somente os chamados embargos de declaração, tipo de recurso que não tem o poder de reformar a decisão, e, dessa forma, se os embargos forem rejeitados, Lula poderia ser preso. A previsão é de que o recurso seja julgado até o final de abril.

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Marcelo Lima

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