VIDA URBANA
Igrejas no Centro de JP são alvo de assaltos
Na Igreja da Misericórdia o prejuízo supera R$ 6 mil. PM diz que faz rondas nos locais.
Publicado em 20/03/2015 às 6:00 | Atualizado em 19/02/2024 às 11:07
Alarmes, grades, sistema de monitoramento eletrônico e pessoas responsáveis por fazer a segurança após as missas estão sendo as únicas alternativas encontradas por igrejas católicas para combater a violência que vêm enfrentando. As igrejas de Nossa Senhora do Carmo e da Misericórdia, que ficam no Centro de João Pessoa, foram os mais recentes alvos das ações de criminosos, que escalam até cinco metros de altura para conseguir entrar nos locais, roubar o dinheiro deixado como oferta pelos fiéis e até vandalizar os templos. A Arquidiocese da Paraíba reconhece e lamenta o problema, enquanto a Polícia Militar (PM) afirma que realiza rondas para a proteção desses locais.
Com uma aparência simples, a Igreja de Nossa Senhora da Misericórdia é uma das mais antigas da capital, tendo sido tombada no ano de 1938. Lá, as portas ficam abertas das 8h às 18h, quando, além de esquisita, a rua em que ela fica se torna mais suscetível à ação criminosa. De acordo com o coordenador do templo, João Batista da Silva, que trabalha no local desde o ano de 2007, apesar de sempre sofrer com a ação de criminosos, que entram no local e roubam as ofertas deixadas pelos fiéis em urnas da igreja, a situação piorou do fim do ano para cá, deixando para a igreja, ao todo, um prejuízo de mais de R$ 6 mil.
“Aqui já teve muitos arrombamentos, mas do fim do ano para cá tudo piorou. No fim do ano eles entraram aqui e levaram microfones, um teclado, um bebedouro, mexeram no cofre e levaram todo o dinheiro que tinham. Depois dessa ação, eles chegaram a entrar, abrir o local em que ficam guardadas as hóstias e espalhar tudo por cima do altar, vandalizando o local. Fora a última vez, que foi no mês passado. Eles escalaram a janela do sino, que tem uns cinco metros, entraram por lá e saíram arrombando todas as portas. Eles gostaram, aprenderam o caminho e continuam vindo, mesmo que não roubem nada”, revelou.
Além dos arrombamentos, fiéis também são assaltados dentro do templo, o que, segundo João Batista, se deve muitas vezes à inocência das idosas que frequentam o local. “Algumas sentam em um banco, mas deixam as bolsas no banco de trás, aí tem gente que entra e pega”, afirmou, relatando que, devido a esses episódios constantes, se viu obrigado a colocar grades em todas as portas e janelas e ainda instalar um sistema de alarme.
“Nada disso dá jeito. A gente faz o que pode. Agora eu não acho que eles façam isso para vandalizar a igreja, não, na verdade acho que quem arromba geralmente está no mundo das drogas e não sabe nem onde está, só vê o prédio e a possibilidade de ter dinheiro para manter o vício”, lamentou.
Assim com ele, fiéis comentaram a insegurança que sentem até para ir à igreja. “Eu acho que a segurança de modo geral está muito a desejar. Nem na igreja a gente tem paz hoje em dia, porque os bandidos não escolhem o lugar. Onde eu moro teve gente que foi assaltado até em velório. A gente está refém dos bandidos”, lamentou o auxiliar gráfico José de Arimatéa.
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