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COTIDIANO

Uribe tenta convencer Lula a aceitar bases militares dos EUA na Colômbia

Presença militar dos EUA na Colômbia desagrada países vizinhos. Brasil é sexto país visitado por Álvaro Uribe para explicar acordo.

Publicado em 06/08/2009 às 8:25

Do G1

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reúne-se nesta quinta-feira (6), em Brasília, com o colega colombiano Álvaro Uribe para debater, entre outros temas, a negociação entre Colômbia e Estados Unidos para instalação de bases militares norte-americanas em solo colombiano.

A instalação de sete bases para o Exército norte-americano na Colômbia vem gerando tensão entre outros países sul-americanos, sobretudo a Venezuela, que recentemente congelou as relações diplomáticas com o país vizinho.

O tema deve ainda ocupar lugar central nas discussões do próximo encontro do Unasul (União das Nações Sul-Americanas) na próxima segunda-feira (10), em Quito, no Equador, do qual Uribe não participará.

Oficialmente, a viagem de Uribe tem o objetivo de "abordar temas sobre o terrorismo na Colômbia, seus riscos e os assuntos relativos à União das Nações Sul-Americanas (Unasul)".

O Brasil é o sexto destino do presidente colombiano para tratar do assunto. Uribe já manteve encontros com os colegas Alan García (Peru), Evo Morales (Bolívia), na terça-feira (4), além dos presidentes de Chile, Argentina e Paraguai, nesta quarta (5). Do Brasil, deve seguir ainda ao Uruguai.

A previsão do Palácio do Planalto é que a reunião, marcada para as 15h, dure cerca de duas horas. Antes disso, Lula reunirá ministros e auxiliares para fazer uma reunião preparatória e deve discutir os aspectos de segurança e política internacional envolvidas no acordo no país vizinho.

A principal preocupação do Brasil é sobre a autonomia militar que os Estados Unidos terão sobre as bases. Até agora, Colômbia e Estados Unidos afirmaram que as bases serão comandadas pelos militares colombianos.

O governo brasileiro também não vê com bons olhos, segundo o assessor especial da presidência da República para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, uma maior presença militar de países de fora da região próximos à Amazônia.

Outra crítica feita pelo Brasil é sobre o encaminhamento dessas negociações entre os dois países. O Brasil e outros países da região queriam ter sido informados pelos canais diplomáticos tradicionais da intenção dos colombianos e norte-americanos.

Lula

Na semana passada, durante encontro com a presidente chilena em São Paulo, Lula deu o tom da posição que o Brasil deve adotar na discussão sobre a presença das bases norte-americanas.

Posso dizer que a mim não me agrada mais uma base americana na Colômbia. Agora, como eu não gostaria que o Uribe desse palpite nas coisas que eu faço no Brasil, eu preciso não dar palpite nas coisas do Uribe”, afirmou, indicando o que pode ser uma das primeiras desavenças do país com o governo de Barack Obama.

O encontro desta quinta foi precedido por uma visita do assessor do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, o general reformado James Jones, que garantiu que o acordo que os Estados Unidos negociam com a Colômbia não afetará as relações entre o país e o Brasil.

Após encontro com o chanceler Celso Amorim, no Itamaraty, Jones disse que "não há mágica, não há segredos debaixo da mesa" em relação às negociações sobre o acordo. Jones também negou que os Estados Unidos pretendam ter bases militares próprias no país latino-americano. "Vamos apenas usar as instalações colombianas", disse.

O governo brasileiro vem questionando o fato de o acordo prever a utilização das bases para aeronaves de longo alcance - o que, na avaliação brasileira, não seria necessário em um trabalho de observação de território para combate ao narcotráfico.

Após reunir-se por mais de uma hora com Jones na terça, o assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, disse que o governo brasileiro não acredita que o acordo para instalação de bases militares na Colômbia esteja fechado.

“Eu acredito que se fosse uma decisão tão tomada assim, o general não estaria pedindo a opinião do governo brasileiro. Então, eu imagino que há da parte do governo americano em relação aos governos amigos, com os quais ele tem interlocução, [o objetivo é] saber qual é a opinião. Acredito que ele não está aqui pedindo opinião apenas por questões de ordem intelectual, por uma curiosidade, mas sim porque isso deve informar completamente as políticas”, disse Garcia.

Já Amorim afirmou no domingo que o acordo militar entre Estados Unidos e Colômbia deve ser "melhor explicado", pois amplia a presença de tropas alheias à região e cria uma "situação nova".

Garcia e Evo

A julgar pelos comentários dos primeiros chefes de Estado visitados por Uribe, o acordo ainda deve ser pauta de muitas discussões.

Após encontros com o presidente colombiano, Alan Garcia, forte aliado de Uribe, disse que o Peru apoia o que chamou de "políticas fundamentais" do governo colombiano.

Já o presidente boliviano Evo Morales não poupou críticas ao acordo. "Permitir bases militares na América Latina é uma agressão aos governos e democracias da América Latina. Vamos defender a soberania da América Latina", disse.

Morales anunciou que seu governo defenderá uma resolução na próxima cúpula da Unasul contra instalação de bases militares estrangeiras na região.

‘Isolar radicais’

Para o historiador norte-americano Nikolas Kozloff o plano de viagem do presidente colombiano pela América Latina quer acalmar os vizinhos em relação ao projeto norte-americano de ampliação de bases militares no país, mas deixa de lado alguns dos principais interessados na questão.

“Enquanto busca se aproximar de países como o Brasil e o Chile, da chamada “esquerda responsável”, Uribe parece querer afastar ainda mais das nações vistas pelos Estados Unidos como radicais, “tentando isolar Venezuela, Equador e mesmo a Bolívia”, disse ao G1 Kozloff, autor de “Revolution”, livro em que trata da recente onda esquerdista na região.

Imagem

Jornal da Paraíba

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