VIDA URBANA
Mortalidade feminina na PB tem redução de 5% em 10 anos
Redução pode estar relacionada ao maior acesso de informações, assim como ao incentivo de prevenções à saúde da mulher.
Publicado em 25/10/2012 às 6:00
Dados revelados esta semana pelo Ministério da Saúde (MS) mostram que a taxa de mortalidade feminina na Paraíba reduziu de 3,68 óbitos por mil mulheres em 2000, para 3,48 em 2010, representando um declínio de 5,2% nos últimos dez anos. Para a Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres (SPPM) de João Pessoa, a redução pode estar relacionada ao maior acesso de informações, assim como ao incentivo de prevenções à saúde da mulher.
Segundo os dados do MS, entre as principais causas de mortalidade feminina estão as doenças do aparelho circulatório, como Acidente Vascular Cerebral (AVC) e o infarto, que aparecem em primeiro lugar. A falta de exercícios físicos e uma dieta rica em gordura, aumentam os níveis de colesterol, hipertensão e tabagismo, que representam fatores de risco a essas doenças. Mesmo assim, a população não se abstém dos maus hábitos, a exemplo da dona de casa, Cleidiane Albuquerque, 30 anos, que apesar de ser filha de hipertensa, não abre mão do cigarro.
“Sou fumante há dez anos, mas embora tenha diminuído o consumo não paro de fumar. Também não pratico nenhum tipo de exercício físico. O pior é que eu sei que essas duas coisas podem me fazer mal no futuro, vejo o que minha mãe passa hoje, tudo foi motivado pela má alimentação e sedentarismo”, reconheceu ao afirmar que poderá ter problemas cardíacos, tanto pelos hábitos diários como por hereditariedade.
A comerciante Ana Cláudia, 37 anos, relatou que recentemente perdeu uma amiga vítima de infarto. “Ela era dois anos mais nova do que eu, não consumia bebidas alcoólicas, nem fumava, mas já era cardiopata. Fez uma cirurgia e por orientação médica passou a fazer caminhadas, mas infelizmente não resistiu por muito tempo e morreu há pouco”, declarou.
De acordo com a coordenadora da SPPM, Maria Lúcia, o acesso à informação tem sido um fator preponderante para a redução das doenças que acometem as mulheres. “As mulheres estão exercendo os direitos de cidadania com mais intensidade, refletindo no maior acesso ao serviço de saúde que investe em campanhas que trazem informações sobre doenças e meios de prevenção”, pontuou.
Já conforme explicou a titular da Coordenação da Saúde de Direitos Sexuais Reprodutivos da SPPM, Jania Paula, a tripla jornada de trabalho, vivida pelas mulheres gera estresse, má alimentação e excesso de preocupação, que acabam refletindo na saúde, mas que ações estão sendo realizadas para promover o bem-estar dessas mulheres.
“Além dessa rotina comum entre as mulheres, que trabalham dentro e fora de casa, cuidam dos filhos, além de outras situações, ainda há aquelas que são fumantes, o que agrava ainda mais o seu estado de saúde. Mas estamos trabalhando nos diferentes setores da mulher com oficinas, seminários e curso, que incluem a prevenção como principal método de combate a doenças, como as cardiopatias e o câncer de mama”, garantiu.
Jania Paula lembrou que recentemente a coordenação promoveu o evento 'Outubro Rosa', na praça Rio Branco, no Centro de João Pessoa, que levou a estação serviço, onde três médicas mastologistas realizaram exames clínicos em 130 mulheres, que foram encaminhadas para a unidades de marcação de exames.
Além disso, foram oferecidos serviços, como a biodança, acupuntura auricular e desjejum. “Priorizamos o café da manhã como o primeiro serviço, porque o incentivo a uma boa alimentação reflete numa vida mais saudável, que por sua vez, diminui os níveis de colesterol e hipertensão, por exemplo”, frisou.
Ao finalizar, Jania Paula atribuiu a criação de dois centros de práticas integrativas de saúde, como promoção a hábitos de vida mais saudáveis, que poderão refletir em maior grau na redução de mortalidade feminina na Paraíba.
A equipe de reportagem do JORNAL DA PARAÍBA consultou a Coordenação de Saúde da Mulher da Secretaria de Estado de Saúde (SES), mas a titular Fátima Moraes afirmou que precisaria analisar os dados divulgados pelo Ministério da Saúde para poder falar sobre o assunto, inclusive sobre as ações que o Estado tem realizado para promover a redução no número de mortes de mulheres vítimas de infarto e de Acidente Vascular Cerebral (AVC). Também tentamos contato por telefone com a Coordenação de Saúde da Mulher de João Pessoa, para saber a repercussão dos números de mortalidade feminina, mas nenhuma das ligações foi atendida.
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