COTIDIANO
Irã admite que as sanções da ONU podem atrasar seu programa nuclear
Medidas podem retardar, mas não parar trabalho, diz autoridade. País anunciou teste final no reator de sua primeira usina atômica, que deve ser lançada em setembro.
Publicado em 07/07/2010 às 10:50
Do G1
As sanções do Conselho de Segurança da ONU ao Irã podem ter algum efeito e retardar o progresso do programa nuclear do país, disse uma autoridade nesta quarta-feira (7).
É a primeira vez que o regime de Teerã admite que as medidas podem ter efeito.
"Não podemos dizer que as sanções não têm efeito", disse Ali Akbar Salehi, chefe da agência iraniana de energia atômica, segundo a agência Isna. "Talvez elas retardem o trabalho, mas não vão pará-lo, isso é certeza."
"Sobre o enriquecimento, poderemos enfrentar problemas relacionados com o equipamento, como os instrumentos de medição", disse ainda.
O Irã enfrenta uma nova onda de sanções impostas pela Organização das Nações Unidas (ONU), os Estados Unidos e a União Europeia.
O presidente Mahmoud Ahmadinejad havia dito repetidas vezes que as sanções não teriam impacto sobre a economia do Irã nem programa nuclear.
Teste final
A primeira usina nuclear do Irã deve ser lançada até o fim de setembro agora que um importante teste final foi realizado no reator, disse Salehi.
"Alcançamos o ponto sem volta e o caminho está aberto para que o reator comece a funcionar", disse Salehi, segundo a agência de notícias oficial IRNA.
Ele acrescentou que testes foram realizados na planta e que foram os últimos antes do início das operações.
A Rússia concordou em construir o reator de 1.000 megawatts há 15 anos, mas os atrasos têm perseguido o projeto de US$ 1 bilhão, e diplomatas afirmam que Moscou o usou como ferramenta em suas relações com o Irã.
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