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VIDA URBANA

Paraíba perdeu mais de 600 leitos pediátricos entre 2010 e 2019, revela estudo

Dados foram divulgados pela SBP em alusão ao Dia do Pediatra.

Publicado em 29/07/2019 às 15:44 | Atualizado em 30/07/2019 às 7:47


                                        
                                            Paraíba perdeu mais de 600 leitos pediátricos entre 2010 e 2019, revela estudo

Um novo levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) aponta que, de 2010 a 2019, foram desativados 611 leitos pediátricos na Paraíba. Desse total, 586 são leitos do Sistema Único de Saúde (SUS) e 25 de unidades particulares, incluindo pediatria clínica e cirúrgica. A pesquisa, em alusão ao Dia do Pediatra, comemorado em 27 de julho, foi divulgada nesta segunda-feira (29).

A pesquisa também analisou a disponibilidade de recursos físicos dos serviços de assistência à criança e ao adolescente nas capitais. João Pessoa, segundo os dados, perdeu 173 leitos pediátricos no período analisado. Desse total, 119 são do SUS e 54 classificados como 'não SUS'.

Os dados foram colhidos pela SBP através do Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (CNES), mantidos pelo Ministério da Saúde, e tem com base informações de leitos disponíveis relativos ao mês de maio deste ano. Segundo a pesquisa, em 2010 a Paraíba dispunha de 1.694 leitos, sendo 1.532 no SUS e sendo 162 classificados como 'não SUS'. Em 2019, o número baixou para 1083, sendo 943 do SUS e 137 particulares.

Precária infraestrutura

Para a presidente da SBP, Luciana Rodrigues Silva, as informações coincidem com o panorama de limitações e precária infraestrutura que se apresenta àqueles que diariamente atuam nos serviços de assistência pediátrica. “A queda na qualidade do atendimento tem relação direta com recursos materiais insuficientes. Essa progressiva redução no número de leitos implica obviamente em mais riscos para os pacientes, assim como demonstra o sucateamento que se alastra pela maioria dos serviços de saúde do País”, afirma.

Luciana Rodrigues explicou que, entre os agravos que mais têm levado as crianças a precisar de internação estão as doenças respiratórias, com prevalência acentuada nos períodos de outono e inverno, como bronquiolites, crises de asma e pneumonias. Os problemas gastrointestinais, casos de alergias e as chamadas arboviroses, também de ocorrência sazonal, completam a lista que contribuem para o crescimento dessa demanda.

Serviços fechados e não contratados

Sobre a pesquisa que aponta o número de leitos pediátricos, a Secretaria de Estado da Saúde confirma que muitos leitos de pediatria, sobretudo em João Pessoa, foram fechados nos últimos anos. As prefeituras mantinham convênios com instituições privadas que fecharam e não foi contratualizado com outros serviços.

Por outro lado, a assessoria da SES explicou que o Governo da Paraíba ampliou o número de leitos da rede estadual nos últimos anos. Só no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, referência de alta complexidade em Cardiologia e Neurologia, por exemplo, 29 leitos foram criados para atender às demandas de cardiologia e neurologia pediátrica.

Para o futuro próximo, a SES já iniciou um estudos para ampliação de leitos pediátricos no Hospital Regional de Patos e a reconstrução da Maternidade Frei Damião, que deverá funcionar como um grande centro de saúde materno - infantil.

Dados nacionais

A pesquisa revelou que, nos últimos nove anos, o Brasil desativou 15,9 mil leitos de internação pediátrica, aqueles destinados a crianças que precisam permanecer no hospital por mais de 24 horas. De acordo com os dados do Ministério da Saúde, em maio de 2010 o país dispunha de 48,8 mil leitos no Sistema Único de Saúde (SUS). Em 2019, o número baixou para cerca de 35 mil – uma queda aproximada de quatro leitos por dia.

Quem conta com um plano de saúde ou procura atendimento em unidades privadas também viu cair em 2.130 o número de leitos no mesmo período. Ao todo, 19 estados perderam leitos pediátricos na rede “não SUS”. São Paulo desponta com a pior queda: ao todo foram 762 unidades encerradas, seguido do Rio Grande do Sul (-251) e Maranhão (-217).

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Angélica Nunes

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