POLÍTICA
PF deflagra operação para investigar esquema em Cruz do Espírito Santo
Pedrito é acusado de realizar empréstimos fraudulentos na Caixa com servidores do município.
Publicado em 29/04/2020 às 7:43 | Atualizado em 29/04/2020 às 14:52
A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta-feira (29), a Operação Holerite, com objetivo de apurar irregularidades na concessão de empréstimos consignados a servidores municipais de Cruz do Espírito Santo, no montante de aproximadamente R$ 5 milhões, com base em convênio firmado, em 2012, entre a instituição financeira e a Prefeitura.
A operação aconteceu em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU) e auxílio da Caixa Econômica Federal, para combater os crimes de corrupção ativa e passiva, no âmbito da Prefeitura de Cruz do Espírito Santo. Foram cumpridos três mandados de buscas e apreensão, expedidas pelo Tribunal Regional Federal da 5 Região.
A operação contou com a participação de vinte policiais federais, sendo realizado o cumprimento de três mandados de busca e apreensão, na residência do investigado, em uma empresa, bem como na Prefeitura de Cruz do Espírito Santo.
A investigação iniciou com o objetivo de reprimir fraudes na obtenção de empréstimos consignados perante à Caixa Econômica Federal, por meio de contra-cheques ideologicamente falsos, mediante indicação de rendimentos superiores à renda efetivamente recebida pelos servidores. Desta forma, era possível aumentar a margem consignável dos empréstimos, gerando dívidas superiores ao permitido.
Com o aprofundamento da investigação, verificou-se que parte dos valores, na ordem de aproximadamente R$ 386,8 mil, foram sacados pelos servidores e repassados ao gestor municipal e ao correspondente bancário responsável pela operacionalização dos empréstimos.
O prefeito de Cruz do Espírito Santo, Pedro Gomes Pereira, divulgou nota, na qual afirma que ficou surpreso com a operação da Polícia Federal. Ele disse que todas as informações solicitadas durante a investigação tinham sido repassadas, mas que jamais o município foi notificado para apresentar o contraditório. A nota é finalizada com a afirmação do prefeito de que será demonstrada a inexistência de irregularidades pela prefeitura de Cruz do Espírito Santo, dentro do processo legal.Os investigados responderão pelos crimes de falsificação de documento público, corrupção passiva, corrupção ativa e estelionato, todos do Código Penal, cujas penas somadas ultrapassam 20 anos de prisão.
O nome da operação, Holerite, é uma alusão aos valores que saíam das contas dos servidores e eram entregues ao gestor municipal.
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