VIDA URBANA
Defensoria Pública recomenda ‘lockdown’ na cidade de Patos
Entre os dias 9 e 22 de maio, a cidade teve um aumento de 74 para 428 casos, o que representa 478,4%.
Publicado em 23/05/2020 às 13:08 | Atualizado em 24/05/2020 às 15:12
Com base em um estudo realizado pelo Laboratório de Inteligência Artificial e Macroeconomia Computacional (Labimec) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), a Defensoria Pública Estadual (DPE) da Paraíba recomendou ao prefeito de Patos, Ivanes Lacerda (Republicanos), a adoção de medidas de isolamento social ainda mais restritivas, o chamado ‘lockdown’.
Os dados mostram um processo de interiorização do coronavírus na Paraíba, com uma diminuição no número de novos casos confirmados em João Pessoa, por exemplo, mas com um aumento significativo em outros municípios, com destaque para Patos, no Sertão do Estado.
De acordo com o relatório apresentado durante uma videoconferência realizada no último dia 18, com representantes da Defensoria Pública Estadual, Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público do Trabalho (MPT), Ministério Público da Paraíba (MPPB) e da Prefeitura Municipal de Patos, se estima que o pico dos casos em Patos ainda ocorrerá entre as 3ª e 4ª semanas de junho.
Na hipótese de um cenário de normalidade no convívio das pessoas, o estudo aponta, neste período, aproximadamente 2,5 mil casos de pessoas infectadas na cidade.
Para comprovar o processo de interiorização do novo coronavírus, os dados mostram que João Pessoa registrou, no dia 15 de maio, 27 novos casos, enquanto Patos apresentou 45 novos casos na mesma data. “Mesmo sendo uma cidade muito menor, com uma população que representa aproximadamente 15% da população da Capital”, pontou a defensora pública Raíssa Palitot.
Dentre os dados, também foi destacado o aumento de 478% dos casos confirmados (74 para 428 casos), no período entre 9 e 22 de maio, além de 128% nos óbitos (7 para 16).
A recomendação da Defensoria Pública, no sentido de que Patos possa adotar o ‘lockdown’ de forma temporária, tem como objetivo conscientizar e orientar a população da cidade para a necessidade de respeitar o distanciamento social.
“Isso de forma temporária, respeitando os direitos fundamentais de cada um, as pessoas em situação de rua, respeitando as pessoas pobres que não tem condição de pagar uma eventual multa administrativa que venha a ser aplicada”, explicou a defensora.
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