VIDA URBANA
Pandemia deve acabar em setembro na Paraíba, aponta estudo da UFPB
Relatório técnico foi elaborado pelo Observatório de Síndromes Respiratórias.
Publicado em 15/07/2020 às 10:32 | Atualizado em 16/07/2020 às 11:10
Um relatório técnico, elaborado pelo Observatório de Síndromes Respiratórias da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), estima que a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) só deve acabar na Paraíba em meados de setembro, considerando um cenário regular. Num cenário pessimista, a perspectiva de classificação dos casos de coronavírus como pandêmica se encerre apenas no final de setembro.
Realizado por um grupo de pesquisadores e colaboradores das áreas de Estatística, Matemática, Pesquisa Operacional, o estudo considerou os números acerca da pandemia do Covid-19 na Paraíba no período de abril a julho, apresentando mapas e dados sobre a doença em todo o país.
Em relação ao estado da Paraíba, as previsões mostram evidência ainda de crescimento no registro de casos diários e de novos óbitos. As previsões sugerem que não está ocorrendo estabilização do número de casos em João Pessoa. Devido ao limite superior do intervalo de confiança, ainda não é possível determinar se ocorrerá redução nos próximos 15 dias.
O Observatório também calculou a variação do prazo final para o fim da pandemia de acordo com os casos confirmados no país e em cada estado. Comparando a evolução das previsões, em um intervalo de um semana, o relatório aponta um aumento médio de 3 a 5 dias ao número de dias até o final da pandemia para o Brasil. Na Paraíba, estima-se um aumento médio de 4 a 6 dias ao número de dias até o final da pandemia. Tais previsões consideram a hipótese de que continuamos próximos ao pico da pandemia no Brasil e ainda em um momento ascendente da curva no estado.
Reprodução alta
Em relação ao número de reprodução, os resultados mostram, ao nível de confiança de 95%, que o da Paraíba está entre 0,98 e 1,03. Já o número de reprodução de João Pessoa, está entre 0,98 e 1,06. Isto sugere, em ambos os casos, que ainda há evidência que a transmissão comunitária do vírus ainda está em expansão (como sugere os limites superiores do intervalo de confiança).
Conforme o relatório, no momento em que a medição diária deste indicador sugerir limites superiores do intervalo de confiança menores ou estritamente iguais a 1, será possível verificar evidência de que a transmissão estará sob controle.
Observando os valores calculados para os 223 municípios, em que foi possível a aplicação do método apresentado neste relatórios, verifica-se evidência de que ainda a transmissão comunitária do vírus não está controlada em 75,3% dos municípios do estado, sendo necessário a manutenção das medidas de isolamento propostas por gestores estaduais e municipais, para melhor tomada de decisão acerca de eventuais medidas e decretos destinados à flexibilização de alguns setores da economia no Estado.
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