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ESPORTES

Marcelo Vilar sai do Botafogo-PB menos por resultados e mais por não ganhar os atletas

Técnico não suportou aproveitamento fraco, mas, sobretudo, falta de confiança do grupo em seu trabalho

Publicado em 03/04/2021 às 10:42 | Atualizado em 18/04/2023 às 15:20

Por Pedro Alves


				
					Marcelo Vilar sai do Botafogo-PB menos por resultados e mais por não ganhar os atletas
Foto: Rayssa Melo / Botafogo-PB.

Acabou a segunda passagem de Marcelo Vilar, um dos técnicos mais importantes da história do Botafogo-PB, no clube. A diretoria do Belo só deu seis jogos para o treinador. Foram quatro empates e duas derrotas - uma delas, a última, para o Treze, seu maior rival, pela Copa do Nordeste. Um aproveitamento de 22,2%. Bem baixo. Mas, de todo modo, foram apenas seis jogos. E, paciência, é um valor até presente no perfil da atual cúpula botafoguense. Mas não cedido a Vilar. Menos por resultado e mais pelo clima do vestiário. 

É claro que os resultados não eram bons. Mas também é claro que a tabela do Belo não era das melhores. O time paraibano encarou dois times de Série A, dois de Série B e dois de Série D. Quatro clubes de séries acima, portanto. Apenas um bom jogo até aqui. Contra o Bahia. Faltou, no entanto, ter resultado e performance nos jogos contra times da Quarta Divisão, 4 de Julho-PI e Treze. 

Mas a questão é que essa avaliação, embora considerada, foi secundária na decisão de Vilar ser demitido. Porque se fosse majoritária, seria o Botafogo-PB cair no mais do mesmo de interromper um trabalho sem dar tempo a um processo de reformulação. E Vilar - como qualquer um escolhido para iniciar uma temporada - merece mais tempo. 

Leia também: Gerson Gusmão é o novo técnico do Botafogo-PB, após demissão de Marcelo Vilar

A questão é que Vilar caiu porque não conseguiu ganhar o grupo. Não dá para dizer que o clima era absolutamente ruim entre comissão e atletas, mas dá para cravar que havia jogadores incomodados com o comando. Com os critérios. Ou a falta deles, na visão boleira. Sendo, portanto, essa a realidade, não tem muito mesmo porque insistir num trabalho que falta confiança entre líder e liderados. 

A questão é: quem tinha a razão? Faltou habilidade para o experiente Marcelo Vilar ganhar um determinado perfil de grupo? Ou o determinado perfil de grupo é mimado e só joga com quem quer? Essa é a maior análise que a diretoria alvinegra tem que fazer. Muito bico com o salário em dia é investimento errado. Vilar sai, mas deixa um aviso, de quem levantou a taça mais importante da história do clube: é melhor reformular. Recado dado por quem tem estatura para tal.

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