CONVERSA POLÍTICA
Decreto vai fechar orla e impor 'toque de recolher' em João Pessoa para conter covid-19
Publicado em 22/02/2021 às 13:29 | Atualizado em 30/08/2021 às 18:12
Por ANGÉLICA NUNES e LAERTE CERQUEIRA
Embora tenham divergências sobre alguns segmentos que devem ter o funcionamento alterado, o governador João Azevêdo (Cidadania) e o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), chegaram ao consenso em alguns pontos. Após reunião no Palácio da Redenção, na manhã desta segunda-feira (22), eles anunciaram que vão determinar o fechamento da orla da capital, com imposição de 'toque de recolher' em bares e restaurantes. A suspensão das atividades religiosas e das aulas na rede pública também passaram a ser ponto em comum entre os gestores.
As medidas tem como objetivo reduzir a mobilidade urbana e humana para evitar um colapso nos serviços de saúde devido ao aumento dos casos de Covid-19 e ocupação de leitos de UTI.
Em relação às praias da orla da capital, que têm registrado grandes aglomerações neste período de veraneio, o decreto conjunto, previsto para ser publicado nesta terça-feira (23), prevê a proibição da venda de bebida alcoólica a partir das 20h e o fechamento de bares e restaurantes a partir da 22h. Também deverá ser proibido a realização de atividades físicas e também do banho de mar. A fiscalização será feita através de uma operação conjunta com o Governo do Estado, de forma a ampliar capacidade de vigilância.
Na coletiva à imprensa, João Azevêdo também voltou a confirmar a suspensão das aulas presenciais na rede pública, previstas para serem iniciadas no próximo dia 1º de março. Cícero disse que as aulas na rede municipal também não devem ser retomadas de forma presenciais enquanto a situação da saúde não se normalizar. "No que se refere às escolas particulares ainda estamos discutindo. Vamos ouvir o setor e os especialistas em busca de decisão convergente e que preserve a vida", explicou o prefeito.
Em relação à realização de cultos e missas, o governo do estado é mais rígido e defende a suspensão total deste tipo de atividade. Cícero cedeu e passou a defender que pelo menos 30%.
Novo decreto
Outros segmentos que geram aglomeração, como o comércio, academias, parques etc., também foram discutidos na reunião, que contou também com representantes da Secretaria de Estado da Saúde e de diversos órgãos do setor sanitário do estado e da Procuradoria Geral do Estado. O que ficou definido, no entanto, só deve ser publicizado amanhã, quando sair o decreto.
Estado e município tem tido dificuldade em chegar a um consenso, sobretudo porque Cícero teme pelo retrocesso econômica e tem tido cautela em cumprir todos os setores que deveriam ser fechados pela capital estar em bandeira laranja (que só permite o funcionamento de atividades essenciais).
> Veja as restrições de atividades para cada bandeira no Plano Novo Normal
Crise
As medidas foram anunciadas devido ao aumento nos casos de Covid-19 na Paraíba. Durante cinco dias consecutivos, a Paraíba registrou mais de mil casos confirmados da doença. Já são 212.286 casos de contaminação pelo novo coronavírus em todo o estado e 4.356 mortes.
Os hospitais públicos e privados da Região Metropolitana de João Pessoa estão com 89,4% dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ocupados, segundo o Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB).
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