CONVERSA POLÍTICA
Paraibano Marcelo Queiroga e diretor da Anvisa depõem na CPI da Pandemia nesta quinta
Publicado em 05/05/2021 às 17:59 | Atualizado em 30/08/2021 às 18:57
Por LAERTE CERQUEIRA e ANGÉLICA NUNES
A CPI da Pandemia recebe nesta quinta-feira (6) o atual titular da pasta, Marcelo Queiroga, às 10h, e o diretor-presidente da Agência de Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, às 14h.
Marcelo Queiroga está à frente do Ministério da Saúde desde 23 de março deste ano.
O médico cardiologista foi desafiado a assumir o cargo no pior momento da pandemia no país, quando se somavam cerca de 300 mil mortes no Brasil. Um mês e meio depois já são mais de 410 mil mortos.
O ministro é fortemente cobrado pela vacinação em massa da população. Prometeu, em abril, 1 milhão de vacinados todos os dias. Mas a meta não foi cumprida nem de longe.
Na CPI da Covid-19, Queiroga vai tentar se blindar e, ao mesmo tempo, “proteger” o governo.
Na lista de temas que serão abordados pelos senadores, a política de isolamento social do governo federal, que ele “pegou” ao assumir. Se é que existia algo concreto.
Ainda, o planejamento da vacinação; a postura oficial do governo sobre o tratamento precoce, com remédios sem comprovação. A política comunicacional e de conscientização do governo federal.
E mais: a compra e fornecimento aos estados dos medicamentos do kit-intubação e a recomendação de antecipar a 2º dose, sem garantias da chegada de vacinas.
No depoimento do ex-ministro Nelson Teich, ele admitiu que saiu do governo (com menos de um mês depois de entrar) porque não tinha autonomia e havia cobrança para que fosse feito protocolo da cloroquina, para tratamento precoce da Covid-19. Nunca houve comprovação científica da eficácia do medicamento.
Requerimentos
Quatro requerimentos de convocação, de autoria do relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), do vice-presidente, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e dos senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Eduardo Girão foram aprovados pelo colegiado para o testemunho do atual titular da Saúde.
Para Randolfe, a constante troca de ministros da Saúde em meio à pandemia é, por si só, um enorme problema para a gestão do ministério.
“Só foi possível chegar a essa situação catastrófica por conta dos inúmeros e sucessivos erros e omissões do governo no enfrentamento da pandemia da covid-19 no Brasil. O senhor Marcelo Queiroga pode ajudar esta comissão parlamentar de inquérito a elucidar se o Brasil segue no mesmo caminho de erros nesta tragédia que vivemos”, expõe o senador em sua justificação.
Liberação da Sputnik V
Na tarde desta quinta, os senadores ouvirão o depoimento do diretor-presidente da Anvisa, Antonio Barra Torres. A expectativa dos parlamentares é de que ele fale sobre os processos de liberação de imunizantes contra a covid-19, assim como o recente processo que culminou com a negativa do registro da vacina Sputnik V.
Assim como os senadores Alessandro, Girão, Randolfe e Renan, Angelo Coronel (PSD-BA) também endossa a autoria dos requerimentos de convocação do diretor-presidente da Anvisa.
Com informações da Agência Senado
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