CONVERSA POLÍTICA
Parceria político-administrativa não impediu Azevêdo acionar Cícero na Justiça contra flexibilizações
Publicado em 04/06/2021 às 16:31 | Atualizado em 30/08/2021 às 18:55
Por LAERTE CERQUEIRA e ANGÉLICA NUNES
O governador João Azevêdo (Cidadania) foi pragmático. Mostrou que a parceria com o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), no campo político-administrativo, pelo menos neste momento, não vai fazê-lo recuar no objetivo de ver o decreto estadual ser respeitado.
Nesta sexta (04), depois de 24 horas de silêncio, o governo, por meio da Procuradoria-Geral do Estado, "revelou" que recorreu à Justiça para que academias, na capital, fiquem fechadas até o dia 18 e bares e restaurantes, nas próximas duas semanas, encerrem o atendimento presencial às 16h, entre segunda e sexta.
No início da tarde de hoje (04), o governo saiu vitorioso na primeira empreitada. Nesse caso, o foco foi Cabedelo, que, no rastro de João Pessoa, tinha sido mais flexível e, por decisão da Justiça, teve que recuar e seguir o decreto estadual. Vitor Hugo havia permitido bares, restaurantes e academias até às 22h.
Se não houver reviravolta de entendimento judicial, o decreto do governo do estado, mais restritivo, deve prevalecer. A decisão está sendo analisada e deve sair a qualquer momento.
Pelo visto, Azevêdo não quis ser acusado de agir politicamente, com dois pesos e duas medidas, na hora de impor a implementação dos decretos estaduais mais restritivos.
Em março, contra um adversário político, o prefeito de Campina Grande, Bruno Cunha Lima (PSDB), o governo entrou na Justiça para derrubar as flexibilizações e conseguiu.
Os cenários de ocupação de leitos (mais de 80%) e taxa de contaminação eram parecidos. A diferença, agora, em João Pessoa, é que a capital está com a vacinação de primeira dose mais avançada.
Bastava uma conversa antes (se fosse interesse mútuo), para evitar a demanda judicial. Agora, é trabalhar para que não haja respingo no âmbito político-administrativo.
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