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COTIDIANO

Com três filhos pequenos, catadora de lixo foi usada por 'esquema' para fraudar merenda escolar

Publicado em 06/09/2019 às 18:33 | Atualizado em 30/08/2021 às 20:38

Caso é investigado na Famintos. Edna Iara era dona, no papel, da distribuidora Comercial Santos. Ela conversou com o Blog

Mãe de três filhos pequenos e morando em uma casa de apenas um cômodo, a catadora de materiais recicláveis Edna Iara dos Santos jamais imaginou que se tornaria empresária. E o pior: que o empreendimento dela teria por objetivo servir para um 'esquema' milionário de fraudes em licitações e desvios na merenda escolar. Mas isso acabou acontecendo.

Desde o ano passado, o nome dela figura como proprietária da empresa Edna Iara dos Santos (Comercial Santos), investigada durante a Operação Famintos, que apura fraudes na distribuição de alimentos para escolas e creches de Campina Grande. Ela confirmou ao Blog o que já havia dito à Polícia Federal: foi abordada por um empresário, aceitou a proposta de 'emprestar' o nome para a abertura da empresa e recebeu a quantia de R$ 350.

"Se eu soubesse que era para ser usado em uma coisa dessas, eu jamais teria feito. Eles nunca me disseram isso. Eu jamais iria querer fraudar a merenda e prejudicar as crianças porque meus três filhos estudam em escolas públicas", desabafou Edna Iara, que não foi denunciada pelo Ministério Público Federal (MPF).

Além dela, o grupo de empresários que loteava a merenda escolar na cidade chegou a utilizar outros nomes de pessoas humildes. Em alguns casos, as empresas 'faturaram' milhões em contratos com várias prefeituras paraibanas, mas os 'laranjas' recebiam pequenas quantias que não ultrapassavam R$ 1 mil.

Outro caso

O cabeceiro Arnóbio Joaquim Domingos da Silva, que trabalha na Feira Central de Campina Grande, estava como proprietário do empreendimento Arnóbio Joaquim Domingos da Silva EPP. Em troca, passou a receber a quantia de R$ 250 por semana. Dados do Tribunal de Contas do Estado mostram que o empreendimento recebeu R$ 10,3 milhões de prefeituras da Paraíba entre os anos de 2016 e 2018.

Famintos

As investigações foram iniciadas a partir de representação junto ao MPF, que relatou a ocorrência de irregularidades em licitações na Prefeitura de Campina Grande (PB), mediante a contratação de empresas “de fachada”. Com o aprofundamento dos trabalhos pelos órgãos, constatou-se que desde 2013 ocorreram contratos sucessivos, que atingiram um montante pago de R$ 25 milhões. Dois secretários municipais (Administração e Educação) foram afastados pela Justiça.

A CGU, durante auditoria realizada para avaliar a execução do PNAE no município, detectou um prejuízo de cerca de R$ 2,3 milhões, decorrentes de pagamentos por serviços não prestados ou aquisições de gêneros alimentícios em duplicidade no período de janeiro de 2018 a março de 2019.

Em nota, a prefeitura de Campina Grande afirmou que a distribuição da merenda escolar no município atende a todos os padrões de excelência. Ainda de acordo com a PMCG, a CGU atestou em 2016 a regularidade da execução do programa na cidade.

Imagem

João Paulo

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