COTIDIANO
Woodstock ganha status de ponto histórico. Viva a memória!
Publicado em 21/12/2016 às 6:20 | Atualizado em 31/08/2021 às 7:48
A área onde, em 1969, foi realizado o festival de Woodstock ganha status de ponto histórico.
O Conselho de Preservação Histórica do Estado de Nova York recomendou que 26 propriedades, recursos e distritos sejam acrescentados ao Registro Estadual e Nacional de Lugares Históricos, informou o governador Andrew Cuomo.
Aproveito para postar algo sobre o filme, que tanto me agrada:
“Woodstock” é cinema documental de excelente qualidade. O diretor, Michael Wadleigh, não entrou para a história por construir uma filmografia exemplar. É homem de um filme só. Mas este filme se chama “Woodstock”, o longo registro do festival de três dias realizado nos arredores de Nova York em agosto de 1969. Para muitos, vê-lo pela primeira vez pode não passar de uma extensa maratona. Para nós, revê-lo permanece uma extraordinária experiência de imagem e som. E a confirmação da sua permanência. “Woodstock” não tem narrador em off, como tantos documentários. Alterna falas, locuções de palco e números musicais. Pode parecer cronológico, mas não é. Os fatos gerados pela multidão, pelos artistas e pela natureza (o temporal que se abateu sobre o evento) estão misturados. Tudo é fragmentado. A montagem é uma aula permanente de cinema. Marco e influência no gênero, o documentário tem no uso da tela múltipla um grande trunfo. É o que lhe dá ritmo como espetáculo fílmico. É também o que permite uma tradução mágica da música que o festival ofereceu aos seus espectadores e legou ao futuro. Faz tempo que se tem a percepção de que o filme de Michael Wadleigh é um documento para a posteridade. Ele não está restrito à euforia que o festival gerou e às suas repercussões comerciais a partir do próprio êxito do filme e do conjunto de cinco discos lançados pela indústria fonográfica. Naquelas imagens captadas em 16 e ampliadas para o esplendor dos 70 milímetros há um enfoque sociológico que atravessa os anos. Com seus defeitos e suas virtudes, a geração representada pelas 500 mil pessoas que testemunharam o festival tem em “Woodstock” o seu melhor e mais fiel retrato. Também o que lhe é mais justo e o que mais lhe expõe. Seja no seu sonho de transformar o mundo, seja na impossibilidade de vê-lo realizado.
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