COTIDIANO
O que Ricardo Coutinho quer dizer é que o voto é contra Bolsonaro
Publicado em 25/10/2018 às 6:30 | Atualizado em 30/08/2021 às 23:37
Vou comentar um vídeo do governador Ricardo Coutinho que vi no Facebook.
Mas, antes, transcrevo algo que escrevi aqui em maio do ano passado, após a vitória de Macron na França:
Testemunhei recentemente uma conversa curiosa entre um petista e um não petista.
Falavam de cenários para 2018.
O petista perguntou ao não petista:
Se for Lula e Bolsonaro, você vota em quem?
E o não petista respondeu:
Em Lula, ora!
Aí foi a vez do não petista perguntar ao petista:
E se for um candidato de centro e Bolsonaro, você vota em quem?
E o petista respondeu:
Claro que voto nulo!
Neste domingo, enquanto acompanhava a eleição na França, lembrei da conversa.
A expressiva vitória de Emmanuel Macron sobre Marine Le Pen é um não categórico à direita mais atrasada que avança pelo mundo.
Seis meses atrás, os americanos, elegendo Donald Trump, não deram a resposta que os franceses deram neste domingo.
Ainda que Macron não seja o melhor, mas o menos ruim, venceu a França da República, da Democracia.
Em 2018, que lição o Brasil poderá tirar da derrota da direita na eleição da França?
A conversa que testemunhei entre um petista e um não petista aponta para a tremenda dificuldade que ainda temos de assimilar lições como a da França.
*****
O vídeo de Ricardo Coutinho é sobre esta questão.
O que o governador quer dizer na fala dele é que, neste momento, o voto deve ser contra Jair Bolsonaro.
O voto deve ser contra o que Jair Bolsonaro representa.
O voto deve ser contra os riscos que há na eleição de Jair Bolsonaro.
Não é um voto no PT.
Não é, nem mesmo, um voto em Fernando Haddad, que é um democrata.
É um não ao avanço das forças de extrema direita que estão a um passo da vitória.
Ricardo Coutinho dá uma declaração corajosa, que normalmente desagrada à militância de esquerda. Mas que é muito necessária.
Ele diz que votaria em Geraldo Alckmin, fosse este que estivesse disputando o segundo turno com Jair Bolsonaro. Ou em Álvaro Dias. Ou - até - em João Amoedo, de cujo programa discorda frontalmente.
O governador cita, então, o exemplo da França. Dos 60 por cento de eleitores que se uniram em torno de Macron, um candidato de centro, e derrotaram Le Pen, uma candidata de extrema direita.
A França e suas lições para o mundo.
Viva a República! Viva a Democracia!
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