CULTURA
Teatro em textos curtos agitam o Projeto Piollin
Dramaturgias de Dario Fo e Ariano Suassuna ganham destaque em experimentos na programação de hoje e amanhã do Piollin.
Publicado em 22/01/2015 às 9:35 | Atualizado em 28/02/2024 às 16:13
Três textos curtos fazem parte da programação de nesta quinta-feira e sexta-feira (23) do Projeto Piollin Teatro, em João Pessoa. O Louco e a Morte e Acorda Lázaro, do dramaturgo italiano Dario Fo, e O Reino de Ariano, baseado na obra de Ariano Suassuna (1927-2014), compõem uma noite dedicada a experimentos que já foram apresentados para plateias especiais e só agora estreiam para o grande público. As apresentações começam às 20h, no Centro Cultural Piollin. Os ingressos custam R$ 20,00 (inteira) e R$ 10 (meia).
Os dois textos de Dario Fo são encenados pela turma de formandos do curso de teatro do Centro Estadual de Artes (Cearte), dirigidos pela dupla João Paulo Soares e Verônica Cavalcanti. Professor do Cearte e integrante do grupo Piollin de teatro, Soares dirige também o monólogo interpretado por Luiz Carlos Vasconcelos com passagens das obras O Auto da Compadecida (1955) e Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue Vai-e-Volta (1971).
Dario Fo foi o autor trabalhado pelos alunos do Cearte ao longo do semestre, pesquisa que resultou nos dois experimentos, cada um de vinte minutos, apresentados pela primeira vez no próprio espaço.
“Os dois textos fazem parte de uma mesma coletânea com peças baseadas em evangelhos apócrifos”, revela Verônica Cavalcanti, que recrutou um grupo de seis alunos, todos estreantes. “Uma parte deles já tinha experiência em oficinas, mas quase todos são completamente novatos.”
O grupo se mostrou tão empenhado e coeso que o plano é, para este ano, montar um coletivo teatral com sede no Cearte. “É essa a proposta do centro”, confirma Verônica: “pretendemos entrar em temporada no espaço e dar uma continuidade ao trabalho, já que alguns alunos estão interessados em se matricular de novo.”
LEMBRANDO ARIANO
O Reino de Ariano foi apresentado pela primeira vez em dezembro, na inauguração do Centro Cultural Ariano Suassuna, do Tribunal de Contas do Estado (TCE). Trata-se do encontro entre João Paulo Soares e Luiz Carlos Vasconcelos, que lembra um dos papéis que já viveu na televisão: o de Arésio, que interpretou na série global A Pedra do Reino (2007).
"O monólogo surgiu do convite que o TCE fez a Luiz Carlos Vasconcelos para que ele lesse um pequeno trecho da obra poética de Ariano", explica Soares. "Acrescentamos algumas coisas de outras obras e ampliamos o experimento colocando Luiz Carlos Vasconcelos no papel de um sujeito delirante que tanto pode ser você quanto eu, Arésio ou João Grilo."
O espetáculo solo marca o retorno de Luiz Carlos Vasconcelos aos palcos sem a maquiagem do Palhaço Xuxu de Silêncio Total, que acaba de encerrar a circulação que fez pelo Programa Petrobras Distribuidora 2013/2014. "Faz tempo que o Luiz não faz teatro como ator, só como diretor", ressalta Soares. "Tem sido um desafio tanto para ele quanto para mim, já que eu sempre achei que fosse mais provável que ele me dirigisse, e não o contrário."
Em entrevista ao JORNAL DA PARAÍBA em novembro, Luiz Carlos Vasconcelos informou que pretende retomar os ensaios de Retábulo, espetáculo do grupo Piollin de Teatro que ele dirige e que estreou em fase de teste em 2010.
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