VIDA URBANA
Alunos da UEPB reivindicam campus na cidade de Patos
Construção do campus, que já possui terreno e projeto arquitetônico, ainda não está previsto no orçamento de 2014 da UEPB.
Publicado em 05/12/2013 às 6:00 | Atualizado em 04/05/2023 às 13:17
Os estudantes da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) em Patos, no Sertão do Estado, estão cobrando a construção de um novo campus para abrigar os cinco cursos da instituição que funcionam atualmente no município. Eles promoveram um protesto na última terça-feira para reclamar da estrutura precária dos locais de aula e pretendem seguir hoje para Campina Grande com o objetivo de entregar um abaixo-assinado ao reitor Rangel Júnior com as reclamações.
A UEPB recebeu a doação de um terreno para a construção do campus e já possui o projeto arquitetônico, mas a obra ainda não está prevista no orçamento de 2014. O custo da obra está estimado em R$ 8 milhões. O campus possui atualmente 1,1 mil alunos, 60 professores e 20 funcionários.
De acordo com o coordenador do Diretório Central dos Estudantes (DCE) de Patos, José Guedes, os alunos temem que a demora atrapalhe a execução da obra. “Existe um contrato em cartório onde está previsto que a UEPB vai perder o terreno se não começar a obra em três anos. Já se passaram 11 meses e a universidade não tem dinheiro para a construção no próximo ano”, afirmou.
Atualmente o campus de Patos funciona no prédio da antiga Escola Normal, cedido pela Secretaria de Educação. Os organizadores da mobilização apontam problemas na instalação elétrica, falta de espaço na biblioteca, ausência de sinal de internet. Os alunos cobram ainda a instalação de um restaurante universitário e de novos laboratórios, além ampliação das bolsas de estudos. Durante o protesto da última terça, os estudantes usaram faixas, cartazes e até nariz de palhaço para protestar e ainda realizaram um “enterro simbólico” para reclamar a falência na educação.
O reitor Rangel Júnior informou que está discutindo com o governo do Estado a liberação do prédio de outra escola estadual para ampliar a estrutura atual do campus, enquanto o novo prédio não é construído. “Estamos discutindo a transferência definitiva daquele espaço onde hoje funciona a UEPB e há possibilidade de transferir uma outra escola vizinha para a UEPB. Estamos dialogando para transformar essas duas escolas num campus da universidade, mas a transferência é uma prerrogativa da Secretaria de Educação”, informou.
Mas os alunos não aceitam a proposta de usar o prédio da Escola Estadual de Ensino Médio Dr. Dionísio da Costa (Premem). “Isto seria só um paliativo. Queremos o nosso espaço, mas a transferência prejudicaria os alunos que estudam lá”, afirma o coordenador do DCE.
O diretor do Campus de Patos, professor Odilon Avelino, informou que está fazendo as adaptações necessárias para garantir o atendimento aos estudantes.
“Nossa estrutura é provisória e temos ainda de construir ou obter algumas novas salas, mas como o prédio não pertence à universidade, temos esse entrave". Ele informou ainda que a falta de água e o problema com a rede de energia elétrica acontece em toda a cidade e que está buscando parcerias com a prefeitura para instalar um restaurante popular no campus.
OBRAS SÓ EM 2015
Sem previsão orçamentária em 2014, as obras de construção do novo campus em Patos só deverão começar em 2015. “O governador do Estado se comprometeu e provavelmente a partir já do próximo ano deve determinar sobre o projeto de construção do campus para ser inserido no orçamento democrático em 2014 para o ano seguinte. Mas esta é uma prerrogativa do governador”, explicou o reitor Rangel Júnior.
A previsão do diretor do campus, Odilon Avelino, é de que a obra não deverá estar concluída antes de 2018. “Em menos de cinco anos, não tem como ser construído, não pode ser do dia pra noite. Já estamos tentando uma reunião com o governador para solicitar esses recursos. Estamos buscando o diálogo”, disse Avelino.
O orçamento da UEPB para o próximo ano será de R$ 241 milhões, cerca de R$ 50 milhões a menos do que a proposta encaminhada pela universidade ao governo do Estado. “Estamos passando por uma crise financeira. A UEPB parou de acompanhar o crescimento da receita ordinária do Estado e isso reduziu os recursos disponíveis, mas a universidade estava planejada para o crescimento e agora tem de conter esse crescimento”, afirma o reitor.
A Secretaria de Finanças do Estado informou, por meio da assessoria de imprensa, que o orçamento da UEPB foi elaborado a partir de um acordo entre o governo do Estado e a reitoria. Ainda segundo a secretaria, as reivindicações dos alunos devem ser discutidas diretamente com a reitoria, já que a UEPB possui autonomia financeira e administrativa.
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