POLÍTICA
Maranhão diz que empréstimo servirá para reconstruir a Paraíba
Em entrevista coletiva, governador disse que dinheiro a ser liberado em 60 dias pelo BNDES ameniza a queda da receita e vai ser usado para reconstruir a Paraíba.
Publicado em 15/07/2009 às 13:38
Phelipe Caldas
O governador José Maranhão (PMDB) concedeu uma entrevista coletiva no início da tarde desta quarta-feira (15), no Palácio da Redenção, para falar sobre o empréstimo que o Governo da Paraíba solicitou ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e que a Assembleia Legislativa da Paraíba aprovou na tarde de ontem. Ele disse que o empréstimo de R$ 191 milhões foi oferecido pelo Governo Federal e serviria para amenizar a perda de R$ 230 milhões que a Paraíba teve devido à queda de receita. "Vamos usar o dinheiro para reconstruir a Paraíba", destacou.
Sobre a diferença de R$ 39 milhões entre o que foi perdido pelo Governo e o que foi compensado pelo empréstimo do BNDES, José Maranhão disse que vai tentar minimizar estas perdas com eficiência na arrecadação e evitando a evasão de receitas.
O governador disse ainda que o dinheiro deverá ser liberado em um prazo de 60 dias e que era devido a esta “demora burocrática“ que ele teria lutado tanto para que a Assembleia Legislativa da Paraíba aprovasse o empréstimo o mais rápido possível. “Todas as assembleias nordestinas aprovaram de pronto o empréstimo, porque souberam perceber a importância deste dinheiro. Aqui na Paraíba tivemos mais dificuldades, mas finalmente poderemos contar com esta importante fonte de recursos”.
Falando especificamente sobre a bancada de oposição na AL, ele disse que é legítimo os parlamentares oposicionistas serem contra o seu Governo, mas que era inadmissível que eles fossem contra a Paraíba. "As obras não são para mim. As obras são para beneficiar todo o povo da Paraíba", frisou.
A queda da receita, segundo ele, tinha dois motivadores: a causa externa seria a crise econômica mundial, enquanto que a causa interna seria a “atitude generosa” do ex-governador Cássio Cunha Lima (PMDB) em editar 32 novos Planos de Cargos, Carreiras e Salários, que segundo o peemedebista teria provocado uma aumento de R$ 62 milhões na folha de pessoal.
Ele disse, contudo, que iria honrar todos os compromissos com os servidores públicos estaduais, e que eles não teriam seus salários atrasados e nunca mais iriam ser obrigados a contrair empréstimos para receber os próprios salários. “Vamos pagar para que ninguém diga depois que estamos perseguindo os servidores, mas esta é uma causa real do problema”, revelou. "Podemos até atrasar alguma obra, mas os salários estarão garantidos", completou.
Ele falou também que o descompromisso do governo anterior em investir o mínimo exigido em saúde provocou um caos nos hospitais públicos estaduais que deixou mais de 30 hospitais em dificuldades, e que agora este dinheiro do empréstimo serviria para concluir estas obras.
O governador rebateu ainda duas críticas que o empréstimo recebeu. A primeira foi do deputado estadual Antônio Mineral (PSDB), único parlamentar que votou contra o empréstimo e que acusou Maranhão de querer utilizar o dinheiro do empréstimo para fins eleitoreiros. A outra foi do prefeito pessoense Ricardo Coutinho (PSB), que disse que era um absurdo uma cidade importante como João Pessoa não ser a destinação de nenhum valor do empréstimo.
Sobre Mineral, o peemedebista disse que declarações deste tipo eram “mesquinhas ou ingênuas”, porque ninguém poderia ser contra obras estruturantes tão importantes. “São obras que vão reconstruir a Paraíba e vão trazer benefícios para todas as regiões do Estado. Não podemos minimizar a importâncias destas ações”, destacou. "Estas declarações servem de desculpas para esconder a demora injustificável que a Assembleia teve em aprovar o empréstimo", disparou.
Já em relação a Grande João Pessoa, Maranhão disse que o Governo da Paraíba estava investindo R$ 120 milhões em uma obra hídrica para a região e mais R$ 100 milhões para a construção do Centro de Convenções de João Pessoa. “Só isto já cai por terra esta história de que João Pessoa não tem destinação de verba. Em um momento de crise, uma única cidade ser contemplada com mais de R$ 200 milhões em apenas dois projetos, já mostra que esta versão não existe”, destacou.
Entre as obras prioritárias que serão recomeçadas após o empréstimo, ele citou, além dos hospitais, a reconstrução da barragem de Camará. Ele disse também que a maioria das obras serão de ações feitas pelo sua administração anterior e que tinham sido abandonadas durante os seis anos de Governo Cássio. Como exemplo destes casos, ele cita o Canal da Redenção e as obras de saneamento básico em Cajazeiras.
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