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ECONOMIA

Inflação já chega a 6,15% com alta dos alimentos

Produtos subiram de preço na esteira da estiagem prolongada, diz IBGE.

Publicado em 10/04/2014 às 6:00 | Atualizado em 16/01/2024 às 17:46

Os alimentos básicos da cesta de consumo das famílias estão entre os itens que mais pesaram na alta da inflação de março. Somadas, as altas de tomate, batata, leite, carnes, feijão, frutas e hortaliças representaram um terço da variação do IPCA em março, de 0,92%.

O resultado supera o de fevereiro, quando o índice oficial do país havia sido de 0,69%. O resultado do IPCA corresponde à maior variação para o mês de março desde 2003 (1,23%), quando o país vivia os reflexos de um choque cambial.

Trata-se, portanto, do terceiro mês consecutivo de pressão sobre a inflação. Diante da elevação da taxa nos dois últimos meses, o indicador acumulado em 12 meses se aproximou mais do teto da meta do governo (6,5%) e fechou março em 6,15%. O índice em 12 meses, que mostra a tendência de longo prazo da inflação, é o mais alto desde julho de 2013 (6,27%).

Apenas esses seis itens, juntos, corresponderam a 32,6% do índice. O maior impacto individual foi do tomate -0,08 ponto percentual, seguido da batata (0,07 ponto) e das carnes (0,06 ponto). Na esteira dos reajustes de itens básicos, a refeição fora de casa também subiu: 0,96% em março. Segundo IPCA, batata inglesa teve a maior alta entre os itens (35%).

CLIMA

Para Eulina Nunes dos Santos, coordenadora da Índices de Preços do IBGE, esses produtos sobem na esteira do clima, com a estiagem prolongada afetando tanto as quantidades produzidas como a qualidade dos produtos muitos descartados em razão disso. Já as pastagens secas, diz, prejudicaram os rebanhos e puxaram para cima os preços da carne e do leite.

Também tiveram altas expressivas derivados de trigo, que sofre com a quebra de safra no Brasil e na Argentina, principal exportador do produto para os moinhos brasileiros. Com isso, aumentaram, em março, os preços de pão, macarrão, farinha de trigo.

Com a menor oferta de alimentos, diz Nunes dos Santos, os preços subiram. Ela ressalva, porém, que o choque dos preços dos alimentos, concentrado em fevereiro e março, ainda é menos intenso do que o registrado no início de 2013.

No primeiro trimestre deste ano, os alimentos subiram 3,35%, abaixo dos 4,65% de janeiro a março de 2013. Os alimentos, porém, avançam acima da inflação média dos três primeiros meses deste ano (2,18%).

PERSPECTIVAS

E o problema é que as perspectivas são de novos reajustes, com o aumento dos preços de produtos cotados no mercado externo que já pressionam itens vendidos no mercado atacadista.

"A perspectiva é bastante desconfortável neste mês e no próximo. A preocupação com a cotação das commodities no cenário internacional começa a aparecer [nos preços no atacado], esperando-se maior pressão sobre a inflação de alimentos nos meses à frente", diz a consultoria Rosenberg & Associados.

Já a consultoria LCA diz, em relatório, que os alimentos in natura (hortaliças, frutas e legumes), devem perder força nas próximas divulgações do IPCA e tendem a "reverter a forte alta" de março. Ou seja, esses produtos podem compensar aumentos de outros artigos do grupo alimentação.

Ainda assim, o IPCA acima do previsto pelo mercado (0,85%) fez a consultoria revisar sua projeção para a inflação fechada de abril de 0,62% para 0,71%.

A Rosenberg alterou sua projeção para 2013 de 5,9% para 6,3% por conta da pressão maior de alimentos e dos prováveis reajustes mais salgados da energia elétrica neste ano tendência sinalizada pelo aumento de 14,24% concedido à distribuidora mineira Cemig, que só indiciará sobre o IPCA de abril.

Em março, porém, a energia foi um dos poucos itens que trouxe alívio para a inflação, com queda de 0,87%.

OUTROS ALIMENTOS

A estiagem afetou ainda as lavouras de cana-de-açúcar e fez os preços do etanol e da gasolina (que recebe, em sua mistura, 25% do biocombustível) subirem em março 4,07% e 0,67%.

Ao lado do forte aumento das passagens aéreas (26,45%), que cresceram porque o Carnaval caiu em março, os combustíveis foram os responsáveis pela alta de 1,38%, a segundo de maior peso em março.

"Houve uma maior procura por passagens por causa do feriado do Carnaval as empresas deixaram de oferecer promoções", disse Nunes dos Santos.

Outro foco de reajustes são os serviços, que se mantiveram pressionados e subiram 1,09% em março, apesar do final da temporada de reajustes de mensalidades escolares, concentrados em fevereiro. O principal impacto veio das passagens aéreas e empregados domésticos.

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Jornal da Paraíba

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