Supermercados da Grande JP registram queda de 5,8% nas vendas

Com queda de 5,8% nas vendas reais no mês de agosto sobre igual período do ano passado e de 2,21% em agosto sobre julho, os empresários do ramo supermercadista da Grande João Pessoa deverão ter cautela, agora, nas encomendas para o Natal. O presidente da Associação Paraibana de Supermercados, José Willame de Araújo, já prevê uma retração de 10% nas compras de final deste ano.

Os dados da Fecomércio-PB ainda apontaram que o faturamento nos supermercados da Grande João Pessoa acumula retração de 0,7% no acumulado dos oito meses sobre igual período do ano passado. O desempenho do setor na Paraíba ficou pela primeira vez com indicadores piores que a média nacional. Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), as vendas reais tiveram retração de 4,04% em agosto sobre agosto do ano passado, de -0,29% de agosto sobre julho e de -0,69% no acumulado dos oito meses.

“Aconselho aos empresários não fazerem grande volume de encomendas para o Natal porque a expectativa é de que as vendas sejam 10% menores do que o registrado em dezembro de 2014. Vamos evitar produtos importados e o bacalhau deverá ser substituído por outro peixe”, destacou José Willame, acrescentando que os consumidores já estão optando por marcas mais em conta e excluíram alguns produtos do carrinho.

Segundo Willame, os fatores que mais contribuíram para o mau desempenho do setor este ano estão a alta inflação que gera perda do poder de compra do consumidor e o maior desemprego. “Além dos serviços essenciais, a inflação mais alta em alguns produtos também cresceu com o impacto da valorização do dólar”.

O gerente do Supermercado Manaíra, em João Pessoa, Geraldo Sebastião da Silva, contou que já percebeu a mudança de comportamento dos clientes e a direção do estabelecimento já se prepara para adequar o Natal. “Os consumidores estão procurando marcas mais baratas de produtos básicos como arroz, feijão e sabão em pó. Para o Natal, a direção está planejando aumentar o volume de compra apenas dos itens que têm mais saída, como espumante”, frisou.