VIDA URBANA
JP tem alto índice de poluição atmosférica
Estudo mostra que mais de 5,8 mil toneladas de substâncias nocivas são lançadas na atmosfera da Região Metropolitana de João Pessoa.
Publicado em 26/10/2012 às 6:00
A região metropolitana de João Pessoa tem alto índice de poluição atmosférica. Diariamente, mais de 5,8 mil toneladas de substâncias altamente nocivas à saúde e ao meio ambiente, são lançadas na atmosfera da localidade. Por ano, são mais de 2,11 milhões de toneladas emitidas no ar. Especialistas alertam que a população exposta aos gases poluentes fica mais vulnerável a desenvolver diversos problemas respiratórios e até câncer.
As informações fazem parte do “Inventário de Poluição Atmosférica por Fontes Móveis”, uma pesquisa realizada por Cassius Bezerra, engenheiro ambiental e professor do Serviço Nacional de Aprendizagem para a Indústria (Senai). Ele dividiu a Paraíba em 22 micorregiões e, com ajuda de aparelhos, conseguiu medir a quantidade dos poluentes presentes na atmosfera.
Das áreas pesquisadas, João Pessoa se destacou com relação aos índices de poluição. Segundo o pesquisador, a emissão de gases nocivos no ar está diretamente ligada ao uso de veículos, já que os motores automotivos são as principais fontes de emissão do monóxido de carbono e do enxofre e do dióxido de carbono.
De acordo com o Departamento de Trânsito da Paraíba (Detran-PB), a Paraíba possui 869.206 veículos em circulação. Destes, 175.680 possuem mais de 15 anos de idade, representando o percentual de 20,21% da frota. Outros 435.477 veículos têm menos de cinco anos de fabricação e restante de 258.047 carros têm entre seis e 15 anos de uso.
“A microrregião composta por João Pessoa, Cabedelo, Santa Rita e Bayeux apresentou a maior poluição atmoférica, porque, juntas, essas cidades concentram 40% da frota paraibana.
Consequentemente, a população dessas localidades está mais sujeita aos danos causados pela presença dos poluentes”, destacou o pesquisador.
Segundo o pneumologista Sebastião Costa, a população exposta à poluição atmosférica possui mais riscos de desenvolver graves doenças respiratórias, como efisema pulmonar, rinite, bronquite, crise asmática e até câncer de pulmão. Isso ocorre porque o monóxido de carbono, por exemplo, afeta a imunidade do organismo humano e causa tantos danos à saúde quanto o hábito de fumar.
O médico, que é o atual presidente do Comitê de Tabagismo da Associação Médica Paraibana, explica que o perigo aparece porque o monóxido de carbono, quando está espalhado no ar, acaba sendo inalado pelas pessoas, junto com o oxigênio. As duas substâncias causam efeitos opostos no corpo.
“Quando respiramos ar puro, o oxigênio segue para o pulmão, onde alimenta as células do sangue chamadas de hemácias. Em seguida, essas hemácias levam oxigênio para o resto do corpo, onde vai fortalecendo os tecidos”, detalha.
“Mas, quando o oxigênio vem misturado com o monóxido de carbono, os tecidos ficam enfraquecidos e há uma diminuição da capacidade do organismo em reagir a alguma doença”, completa.
Os fumantes possuem risco dobrado de desenvolverem câncer de pulmão. “O cigarro possui 60 substâncias cancerígenas e uma concentração muito grande de monóxido de carbono. Além de inalar a fumaça do cigarro, as pessoas também são penalizadas com a inalação do monóxido de carbono que está presente no ar. A pessoa fica duplamente penalizada pelos gases poluentes. A longo prazo, poderão desenvolver sérios problemas respiratórios”, alerta.
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