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COTIDIANO

Consumo de crack aumenta entre meninas de 7 a 17 anos de Campina

Nos primeiros quatro meses deste ano, já foram registrados 23 casos de crianças e adolescentes, variando de sete a 17 anos, envolvidos com crack.

Publicado em 25/04/2010 às 11:49

Por Silvana Torquato
Do Jornal da Paraíba

O desejo de fugir dos problemas familiares, a dificuldade de enfrentar situações difíceis na vida, a busca por sensações de prazer, a curiosidade e principalmente a influência de amigos, são alguns dos motivos que levam crianças e adolescentes a entrarem para o mundo das drogas. Levantamento feito pelo Ministério Público, em Campina Grande, e conselhos tutelares, aponta que o consumo de crack aumentou entre as meninas de sete a 17 anos.

Nos primeiros quatro meses deste ano, os conselhos tutelares Norte, Sul, Leste e Oeste, que funcionam na cidade, e a Curadoria da Infância e Juventude, registraram 23 casos de crianças e adolescentes, variando de sete a 17 anos, envolvidos com crack.

Desses números, 17 eram meninos e seis meninas. Já em 2009, no mesmo período, foram notificados o envolvimento de cinco meninas usando a droga e 14 meninos, totalizando 19 casos. Comparando os casos de 2010 com 2009, nos primeiros quatro meses, percebe-se um aumento de mais de 10% de meninas se envolvendo com o crack.

Preocupado com a situação, o curador da Infância e Juventude, promotor Herbert Targino, promove ao longo do ano audiências públicas e palestras nas escolas municipais e estaduais da cidade alertando as crianças e os adolescentes sobre o uso das drogas e seus efeitos. A promotoria também realiza acompanhamentos psicossociais com equipe multidisciplinar com as pessoas que procuram o MP.

Como forma de orientação, o MP de Campina Grande também conta com um Núcleo de Mediação Familiar, que ajuda as famílias e os jovens dando apoio e fornecendo informações. Dentre as ações da Promotoria Social da Infância e Juventude estão os encaminhamentos para os órgãos de prevenção social, além do promotor Herbert Targino e sua equipe de oficiais de promotoria manterem contatos com entidades de apoio aos jovens e instituições religiosas. Em relação à repressão ao tráfico de drogas, o MP também requisita ações policiais.

No caso do consumo de drogas entre meninas, informou Herbert Targino, a adolescente tem mais dificuldade de parar, pois no aspecto hormonal, a mulher tem mais propensão a ser mais compulsiva que o homem a usar o crack na fase do ciclo menstrual.
“Nessa fase, há a maior quantidade de estrógenos, pois o hormônio estimula o sistema nervoso central, assim como a droga. Isso é o que afirma os especialistas sobre a permanência de garotas usando o crack”, ressaltou.

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Jornal da Paraíba

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