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VIDA URBANA

PB é quinto do NE em mortes por choque

Levantamento revela que 258 mortes foram registradas na região; casos que ocorreram na Paraíba correspondem a 10% deste total.

Publicado em 17/05/2014 às 6:00 | Atualizado em 29/01/2024 às 13:22

Acidentes com choque elétrico mataram 26 pessoas na Paraíba, em 2013. O dado integra um levantamento da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel) e revela ainda que o Estado ocupa o 5º lugar no Nordeste em número de mortes por este tipo de acidente.

Conforme a entidade, 258 mortes foram registradas na região no ano passado e os casos que ocorreram na Paraíba correspondem a 10% deste total.

De acordo com os dados da Abracopel, do total de óbitos causados por choque registrados na Paraíba, 16 ocorreram em áreas rurais, estabelecimentos comerciais e indústrias, seis casos foram registrados no interior de residências, dois em vias públicas (rua e praça) e os outros dois na rede aérea (fios de alta tensão).

Com o início do período das chuvas, o risco de acidentes causados por choques aumenta. Prova disto é que o número de vítimas atendidas nos primeiros quatro meses deste ano no Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa, foi de 38 casos e supera as ocorrências registradas no mesmo período do ano passado, que contabilizou 33 pacientes.

Ainda conforme os números do Trauma, em 2013 foram 86 atendimentos de acidentes por choque elétrico contabilizados no local e neste ano o mês de abril lidera o ranking, com 12 atendimentos. O número de ocorrências no Hospital de Trauma da capital registrado de janeiro até o mês passado já corresponde a 44,18% do total de 2013.

Os profissionais do setor de eletricidade e construção civil ainda são as principais vitimas de acidentes por choque, segundo a pesquisa da Abracopel. Conforme a entidade, no Brasil 165 trabalhadores dessas áreas perderam a vida por choque elétrico. Contudo, os acidentes domésticos envolvendo crianças ainda preocupam e são um alerta a mais para os pais. A dona de casa Luiza Izídio revela passa o dia de olho nas três crianças que têm em casa para evitar acidentes domésticos e choques.

“Eles são muito ativos e a gente tem sempre que ficar de olho para eles não colocarem o dedo na tomada ou pegar no fio dos aparelhos”, disse Luíza. A preocupação com as crianças para evitar acidentes com choques elétricos também foi constatada pela pesquisa da Abracopel. Segundo a entidade, dos 24 acidentes que ocorreram no Brasil, envolvendo crianças na faixa etária de 0 a 5 anos, 18 casos aconteceram no Nordeste.

Os curtos-circuitos também estão entre as situações que podem causar morte por choque elétrico e incêndios. Segundo a entidade, 200 incêndios causados por este tipo de problema na rede elétrica foram registrados no país no ano passado, sendo 68 no Nordeste. As ligações elétricas irregulares, conhecidas popularmente por “gatos de energia” também oferecem risco de incêndios e outros acidentes, conforme explicou o presidente da Abracopel, Édson Martinho.

“Esse tipo de procedimento também é uma preocupação que nós temos e alertamos as pessoas que as instalações elétricas devem ser feitas por profissionais especializados e com conhecimento na área. Então, essas improvisações sempre representam riscos e podem causar acidentes.

COMO PREVENIR ACIDENTES

Ficar atento ao uso de equipamentos elétricos como ventiladores, máquina de lavar, secadores, além de observar as condições das instalações elétricas das residências são as principais medidas para a prevenção de acidentes domésticos causados pelo uso da energia.

Segundo o supervisor de Operações da Energisa, em João Pessoa, José Gonzaga, problemas com o mau funcionamento dos ventiladores são constatados na maioria dos acidentes residenciais envolvendo energia elétrica. Além desse problema, ele acrescentou também problemas com a manutenção e consertos na fiação elétrica e tomadas.

“Geralmente, as pessoas não tomam cuidado com energia elétrica e aí manipulam os condutores de energia (tomadas) sem usar calçados, em ambiente molhado. Outros ainda fazem gambiarras. As instalações ficam em más condições e oferecem riscos de acidentes. No caso dos ventiladores, acontece muito dos seletores de velocidade ficarem desgastados e as pessoas não perceberem ou não consertarem de maneira correta. Nesse caso, o mau contato entre as peças do equipamento provoca um aquecimento e pode causar incêndios”, alertou.

Ainda sobre a prevenção de acidentes, o especialista lembra sobre a importância da fiação elétrica residencial que atenda às recomendações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e que, ao adquirir equipamentos elétricos ou extensões as pessoas observem se os aparelhos possuem o selo ou certificado de qualidade.

“Todo produto elétrico para ser utilizado é ideal que tenha um certificado de garantia.

Mas o pessoal usa qualquer um, com fiação inadequada e também com problemas nas conexões, como tomadas folgadas. Toda forma de mau contato é preocupante, tanto para a perda de energia quanto para causar acidentes. Para usar uma extensão, por exemplo, tem que saber se a fiação das paredes da casa e a própria extensão podem atender a demanda de carga elétrica da quantidade de objetos que você vai colocar”, explicou.

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Jornal da Paraíba

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