CULTURA
Giovanna Ismael: entre cachos e ideias desenroladas
Com nova proposta de linguagem, repórter estreou na TV Cabo Branco no comando do quadro ‘Qual é a boa?’, do JPB 1ª Edição.
Publicado em 24/01/2016 às 12:00
Giovanna Ismael tinha 12 anos quando se dirigiu a um salão de beleza com a mãe e, por lá, permitiu-se passar por uma transformação. O volume dos cabelos cacheados que carregava foi reduzido pelo efeito da química. Ficaram lisos. E assim permaneceram por 3 anos. Até que um dia, a garota resolveu voltar atrás. Cortou tudo bem curtinho e esperou que crescesse naturalmente. Um penteado black power ganhou vez, e foi sendo modelado com muito capricho.
Hoje, aos 24 anos, ela chama atenção pelos cachos e, mais do que isso, pelo talento. A moça estreou como repórter da TV Cabo Branco no último dia 16, no comando do quadro ‘Qual é a boa?’, exibido pelo JPB 1ª Edição. No ar, a jornalista tem uma missão bem específica – e que ela ama: noticiar arte e cultura.
A jovem sempre teve gosto pelo universo artístico. O primeiro contato foi com a música. Ainda criança, encantou-se pelo rock, por influência do pai. Da mãe, vieram as referências da MPB. Daí ela se jogou. Teve aulas de violão, flauta e gaita. Só não se arrisca com o canto. Giovanna também fez curso de teatro, escreveu crônicas e poemas, é apaixonada por cinema, tem fascínio por livros de ficção científica e histórias em quadrinhos, e, nos últimos 4 anos, tem se dedicado ao balé clássico.
Em 2010, quando começou a cursar Comunicação Social na Universidade Federal da Paraíba, descobriu que tudo isso renderia boas pautas. Então, criou um blog, no qual compartilhava textos sobre artistas e indicava trilhas sonoras. Não demorou muito pra perceber que podia ir mais longe nessa seara. Ao concluir a graduação, ela decidiu atuar como assessora de projetos na área de entretenimento e produzir eventos culturais. E não parou mais. “É tanta coisa na minha cabeça, que nem eu consigo seguir o fluxo dos meus pensamentos”, disse.
Bastante autêntica, Giovanna carrega um visual que se destaca - e não só pela cabeleira. A jornalista estampa na pele cinco tatuagens e ainda um piercing no nariz, perfil completamente diferente do qual o telejornalismo defendeu nos últimos anos. “Por isso, sempre imaginei que o mercado não era pra mim. Não via uma pessoa como eu na TV, seja pelo cabelo ou pelo segmento que eu queria ir”, contou.
A oportunidade, consequentemente, surgiu de maneira inesperada. Em dezembro passado, quando estava colaborando para o caderno Vida & Arte do JORNAL DA PARAÍBA, a editora regional das TVs Cabo Branco e Paraíba, Tatiana Ramos, convidou-a para comandar o ‘Qual é a boa?’. O objetivo era reformular o quadro, dando a ele uma linguagem mais atual. Giovanna topou de cara. “Fiquei cheia de esperança ao ver que podemos começar algo novo no Jornalismo da Paraíba. E fico feliz em poder fazer parte disso”.
Após o convite, vieram pela frente três semanas de testes de vídeo. Até que, no início de janeiro, ela começou a produzir. A estreia causou grande repercussão do público nas redes sociais. Comentavam sobre o rosto novo no telejornal e, claro, o cabelo da repórter.
Devido à velocidade com que tudo aconteceu, Giovanna ainda está assimilando tantas informações. “Estamos vivendo uma efervescência cultural muito grande na cidade e é massa estar acompanhado tudo isso. Vou levando as coisas como elas estão indo e tentando pensar sempre em conteúdo novo, que seja de interesse do público”, adiantou. Como de costume, a cabeça dela segue a mil por hora, desenrolando ideias a todo tempo e carregando cachos – impecavelmente desalinhados e cheios de estilo.
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