VIDA URBANA
Índice de saneamento básico de JP piora
Constatação foi feita pelo Instituto Trata Brasil. A capital caiu seis posições no ranking de acesso ao saneamento básico e água tratada.
Publicado em 27/09/2011 às 6:30
Luzia Santos
João Pessoa caiu seis posições no ranking de acesso ao saneamento básico e à água tratada, saindo da 38ª colocação para a 44ª. Essa é a constatação do levantamento do Instituto Trata Brasil divulgado nesta segunda-feira (26) e que avaliou os serviços prestados nas 81 maiores cidades brasileiras, com mais de 300 mil habitantes.
O estudo tem como base o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), ano 2009, do Ministério das Cidades, recém-publicado, compara dados de 2008. O ranking é formado pelos índices de serviços como água tratada, rede de esgoto, população beneficiada, entre outros.
De acordo com o Instituto Trata Brasil, na capital, o índice de abastecimento de água que atendia a 100% da população e a rede coletora de esgoto a 50% dos moradores da cidade, em 2008, caíram para 93% e 46%, respectivamente, em 2009. Os dados demonstram ainda que entre 2008 e 2009, o percentual de esgoto tratado por água consumida não sofreu alterações ficando em 66%. Já o índice de perda de água potável teve redução, caindo de 40% para 37%.
Para o presidente do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos, a queda no ranking do saneamento está diretamente relacionada ao crescimento da população e a falta de aumento de investimento no setor. “A diminuição do atendimento de água e da coleta de esgoto fez o índice de João Pessoa ficar mais baixo”, afirmou. Ainda de acordo com o presidente do Trata Brasil, a coleta de esgoto precisa de melhorias urgentes na capital.
O levantamento mostra ainda que a capital apresenta recuo e pequenos avanços no setor de saneamento quando consideramos um período mais longo de tempo, por exemplo, de 2003 a 2009. No primeiro ano pesquisado, ela aparece na 14ª posição, com 52% da população atendida por rede de esgoto, 100% por água potável e 64% do esgoto era tratado. Já no ano seguinte, a capital caiu para 41ª e atingiu a 52ª, em 2007, ano considerado mais crítico. Em 2008, fica na 38ª colocação e novamente volta a ficar em 44ª no ano seguinte. As informações foram fornecidas espontaneamente pelas empresas prestadoras dos serviços, a exemplo da Cagepa.
“Os desafios vão aumentando enquanto outras cidades vão melhorando os serviços e vão poupar mais em saúde pública, as demais vão precisar gastar mais com doenças relacionadas à falta de saneamento como diarreia, cólera e verminose”, ressaltou o presidente do Trata Brasil.
O coordenador de projetos da Organização Não Governamental (ONG) paraibana Conserne Universal, Hildevânio Macedo, explica que um dos caminhos para avançar na oferta de saneamento é a elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico. “A partir de 2014, quem quiser acessar os recursos do governo federal só terá acesso se tiver o plano municipal de saneamento elaborado de forma participativa”, avaliou. Até o início do mês, apenas 14 cidades paraibanas tinham criado o projeto.
A reportagem do JORNAL DA PARAÍBA tentou contatar a assessoria de imprensa da Cagepa, para que o órgão pudesse comentar o levantamento, mas os telefonemas não foram atendidos.
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