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VIDA URBANA

Operação prende 22 por tráfico de drogas

Quadrilha internacional de tráfico de drogas com atuação em nove estados brasileiros e em outros três países é desarticulada em Patos.

Publicado em 24/09/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 17:42

Depois de quase dois meses de investigação, a Polícia Civil da Paraíba em parceria com a Polícia Militar e a 6ª Vara da Comarca de Patos, no Sertão paraibano, desarticulou uma quadrilha internacional de tráfico de drogas com atuação em nove estados brasileiros, dentre eles a Paraíba, e em outros três países. Denominada de operação 'Prefixo', a ação policial indiciou e prendeu 22 pessoas por envolvimento no esquema, duas delas no Estado do Ceará.

As investigações foram iniciadas em julho, quando policiais prenderam Jeildo Gomes da Silva, Maria Silvania Rodrigues da Silva e Hiago Lopes Dantas e apreenderam com eles dois quilos de maconha prensada. Durante esse período, escutas telefônicas foram feitas com autorização judicial e ajudaram a polícia a identificar o líder da quadrilha, o peruano Walmer Ramirez Campos, que usava o nome falso de Marco Antônio Chavarry Trujillo.

Ele e sua esposa, Raquel Vieira de Lima, foram presos por policiais paraibanos em parceria com a polícia do Ceará, no último sábado, no bairro Henrique Jorge, em Fortaleza (CE). De acordo com delegado seccional de Patos, Cristiano Jaques, que comandou as investigações, a droga distribuída pela quadrilha (maconha, crack e cocaína) vinha da Bolívia e entrava no Brasil de forma alternada para despistar a polícia pelos estados do Acre e Mato Grosso. A polícia tem indícios de que a quadrilha também atuava distribuindo drogas para países como Espanha e Peru.

Após chegar ao Brasil, o material era enviado para Fortaleza. Da capital cearense, segundo a polícia, o peruano - conhecido por “Gringo” e “Tony” - e sua esposa administravam a distribuição da droga no Ceará e para os estados da Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Maranhão, Acre, Piauí, São Paulo e Amazonas, com auxílio do detento em Patos Erdeson Medeiros da Silva, conhecido como “Eder”, que é natural de Porto Velho (RO) e conhecia o peruano desde antes de chegar a Paraíba.

“Eder” já responde a uma pena de 14 anos de prisão por crime de tráfico de drogas, associação para o tráfico de entorpecentes e formação de quadrilha. Ele está preso em Patos desde julho de 2012, quando foi transferido do Presídio PB1 após rebelião. Segundo informações da polícia, no PB1 ele liderava o Pavilhão II, onde existiam presos suspeitos de integrarem a Facção Criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).

Mesmo preso em unidade penitenciária, “Eder” é apontado como o principal articulador da distribuição da droga comprada ao peruano na Paraíba. Conforme o delegado Cristiano Jacques, em conjunto com Jeildo Gomes da Silva ele adquiria a droga e a repassava para outros traficantes que revendiam o material em vários municípios do estado. “Eder” era o responsável pelo repasse das drogas nos municípios de Patos, João Pessoa, Sapé e Solânea, enquanto Jeildo distribuía os entorpecentes em Desterro, Jurú, Matureia, Taperoá e no município pernambucano de Afogados da Ingazeira.

De dentro do presídio, “Eder”, com ajuda do detento Cláudio Sérgio de Lima, orientou Marcicleide Maria Meira Bezerra, esposa de Jeildo, a levar drogas para ele na penitenciária, com a promessa de que ela receberia dinheiro sempre que entrasse com o material na unidade nos dias de visita. No último dia 18 de setembro, ela foi presa em flagrante com maconha escondida na vagina e confessou o acordo.

Além de “Eder”, outro detento do presídio de Patos, Edilberto Mamede Torres “Edinho”, também atuava no comércio de drogas em Patos. Segundo as investigações, ele mantinha contato com outro traficante, Emanuel Lemos Coutinho, que conforme a polícia também está envolvido com o tráfico na Paraíba, embora esteja preso em Vitória da Conquista (BA).

Todos os presos foram encaminhados para o presídio de Patos. O líder da quadrilha deve ser transferido para a o Presídio de Segurança Máxima de João Pessoa ainda esta semana. Também participaram da operação agentes penitenciários do Grupo Penitenciário de Operações Especiais da Paraíba (GPOE) que auxiliaram no levantamento de informações no interior das unidades prisionais.

QUEBRA DE SIGILO MOSTRA ALTOS DEPÓSITOS

Ao falar sobre o líder da quadrilha, o delegado Cristiano Jacques revelou que se trata de uma pessoa bem articulada e detentor de extenso patrimônio.

“Quebramos o sigilo de algumas pessoas, que comprovam uma movimentação financeira alta da quadrilha. São depósitos de R$ 13 mil, R$ 12 mil, algo que eles não têm como comprovar a origem do dinheiro. Também comprovamos durante as investigações que ele estava transacionando receber carros como Corolla em pagamento de drogas e tentando comprar uma casa que a gente acredita ser uma mansão no Maranhão, mas que não deu certo. Ou seja, ele é muito bem articulado”, pontuou o delegado Cristiano.

A polícia vai investigar de forma mais aprofundada as movimentações financeiras da quadrilha que, conforme as investigações, vendia a droga por altas quantias. Segundo ele, o quilo da cocaína custava em torno de R$ 16 mil, o de crack R$ 11 mil, e o de maconha R$ 1,5 mil.

Boa parte das transferências para pagamento da droga, vendida em estado “puro”, era feita na conta da esposa do líder da quadrilha, conforme apontam as movimentações financeiras obtidas com a quebra do sigilo bancário.

“Cada Estado tinha uma espécie de representante, que adquiria a droga do peruano e repassava para as pessoas que comercializam nos pontos de venda, as chamadas bocas de fumo”, explicou Cristiano, ao informar que as polícias dos demais estados serão informadas sobre os detalhes da investigação para que localizem outros integrantes do esquema.

Para o delegado, ações como estas geram na população um maior sentimento de confiança na polícia, uma vez que a repressão policial a este tipo de ação criminosa tem impacto direto nos índices de criminalidade, que possivelmente serão reduzidos após a desarticulação da quadrilha.

“Para nós, reprimir o mal de uma organização como essa e lutar para garantir a paz social é a nossa maior recompensa”, concluiu. A operação 'Prefixo’ que começou no último sábado foi encerrada ontem na cidade de Patos. (Colaborou Tatiana Brandão)

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Jornal da Paraíba

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