VIDA URBANA
Assaltos, tráfico de drogas e homicídios rondam a Praça Rio Branco
Comerciantes e frequentadores da praça, onde é realizado o projeto Sabadinho Bom, reclamam da falta de segurança na área.
Publicado em 26/09/2015 às 8:00
Assaltos, tráfico de drogas e homicídios no entorno da Praça Barão do Rio Branco, localizada entre as avenidas Visconde de Pelotas e Duque de Caxias, no Centro de João Pessoa, estão preocupando comerciantes e frequentadores. Quem frequenta a região da Cachaçaria Philipeia relata a falta de policiamento na região, o que facilita a circulação de usuários de drogas e assaltantes. Isso ocorre durante a semana e, em especial, nas tardes de sábado, quando ocorre o 'Sabadinho Bom', projeto cultural realizado no local. Para se ter uma ideia, já ocorreram dois assassinatos este ano nas imediações da praça, sendo um durante o evento musical.
A Praça Rio Branco é rodeada de lojas e bares. Durante os dias da semana, o local é cenário de movimentação comercial. Já aos sábados à tarde, o espaço é usado para show de chorinho e samba. Durante o show a circulação de pessoas também é intensa no Beco Cultural, segundo relatos dos frequentadores, após o evento, o local é usado por usuários de drogas.
“O principal problema são os viciados, pessoal de rua, traficante. A gente nota movimentação estranha. Assaltos são comuns, na rua do beco. Deveria ter mais policiais na praça”, reivindicou Márcio Osias, proprietário de uma ótica,que fica na praça Rio Branco. Ele precisou mudar a rotina de trabalho e fechar meia hora antes do horário comercial para evitar os assaltos. Durante o sábado ele só abre o estabelecimento até as 13h.
A preocupação com o tráfico de drogas na região é geral e assusta quem tem ponto comercial. “Droga tem aqui direto, praticamente 24 horas. Duas ou três vezes por semana a gente sempre escuta correria por conta dos assaltos. A violência vem aumentando, final de semana não existe delegacia aberta, já fomos assaltados e não tivemos como prestar queixa”, contestou Wagner de Araújo, proprietário há 25 anos de uma loja de máquinas de costura, que fica na frente da praça. Ele já foi assaltado cinco vezes.
O problema parece incomodar ainda mais as mulheres que trabalham no local. Elas temem pela segurança não só durante o expediente, mas também quando estão chegando ou saindo do trabalho. A rotina e expediente precisou ser modificada, para a comerciante Maria das Graças, que há 26 anos tem uma loja de artigos religiosos na praça Rio Branco e frequenta os shows realizados aos sábados. “A segurança está deixando a desejar, quase não vemos policiamento. Muitos assaltos no beco perto da cachaçaria. Uso de drogas, principalmente à tarde. Mudei minha rotina, no sábado só abro pela manhã. Durante a festa não tem policiamento, o que facilita a ação dos criminosos. Abro mais tarde e fecho mais cedo com medo de assaltos”, revelou.
A recepcionista Fátima Nóbrega, 26 anos, explica que trabalha o sábado o dia todo e teme porque com a movimentação da festa, é comum ver pessoas estranhas circulando na região. “Principalmente aos sábados ficamos sem proteção. Tem muito usuário de droga durante o 'Sabadinho Bom', a festa é um patrimônio histórico, mas as pessoas ficam desprotegidas. Tivemos duas mortes, uma recente na rua da cachaçaria e outra na praça à noite. Raro vermos policiais, temo porque tenho um estabelecimento”, frisou. “A gente vem, mas trabalha com medo, sem saber o que pode acontecer na entrada, durante e na saída do trabalho”, alertou a cabeleireira Rosa Alves que também frequenta o evento musical.
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