POLÍTICA
Edvaldo Rosas defende aliança
Presidente estadual do PSB Edvaldo Rosas fala sobre as eleições e defende a manutenção da aliança entre PSB e PSDB.
Publicado em 16/02/2014 às 8:00 | Atualizado em 23/06/2023 às 12:25
Com a missão de organizar o encontro que o PSB fará com todos os partidos da base aliada do governador Ricardo Coutinho no dia 22 de março, o presidente estadual do partido, Edvaldo Rosas, não trabalha com a hipótese de o PSDB romper com aliança vitoriosa de 2010. A meta é ampliar a aliança que foi formada na eleição passada. Em 2010, eram 10 partidos apoiando a candidatura de Ricardo Coutinho e a expectativa é contar com 16 partidos na eleição de 2014.
Em entrevista exclusiva ao JORNAL DA PARAÍBA, Edvaldo nega ter dado prazo para o PSDB se definir e diz que a eleição será polarizada entre uma candidatura do governo e outra da oposição.
JORNAL DA PARAÍBA - O PSB programou um encontro estadual para o dia 22 de março com todos os partidos da base aliada do governador Ricardo Coutinho. Qual a pauta do encontro?
EDVALDO - Esse encontro será realizado no dia 22 de março, das 9h às 13h, com a participação de mais de 15 partidos que estão sendo convidados. Inclusive, os partidos estão participando da organização do evento, que terá como pauta principal uma prestação de contas dos três anos de governo e a discussão das propostas que as lideranças políticas têm, prefeitos, deputados e quem estiver presente no evento, para o segundo mandato do governador Ricardo Coutinho. Essa é a programação que está sendo feita e organizada por todos esses partidos e a nossa expectativa é de contar com cerca de três mil pessoas.
JP - Nas eleições de 2010 quantos partidos estavam com o governador Ricardo Coutinho?
EDVALDO - Estávamos com 10 partidos. Agora estamos com perspectiva de 16 partidos, essa é a nossa meta de ampliar o máximo possível a aliança que foi formada em 2010. Foi uma aliança vitoriosa e estamos trabalhando para que ela permaneça e se amplie mais ainda.
JP - Mas não dá para esconder que existe uma crise com o PSDB. Como o PSB está tratando esse assunto?
EDVALDO - Tratando de forma muito tranquila. Numa entrevista que dei na semana passada eu falei da organização desse evento e confundiram a minha entrevista como estabelecimento de um prazo para que o partido (o PSDB) se definisse pela aliança ou não. Já disse e repito, qual o partido que não tem interesse de ampliar e manter a sua aliança política? Nós temos tratado isso de forma muito tranquila. Eu vejo que nessa confusão tem mais gente querendo botar fogo na lenha do que água. Acho que tem muita gente da oposição interessada nesse rompimento, mas a posição do governo e a posição nossa é de manutenção da aliança. Estamos buscando todos os caminhos para mantê-la.
JP - E a formação da chapa majoritária? Quais os critérios que vão nortear a formação dessa chapa?
EDVALDO - Tem critérios que são extremamente importantes, como densidade eleitoral, a representação partidária, o nome que transita bem nos vários segmentos sociais, em vários partidos. Acho que os partidos que compõem essa base têm um papel fundamental de apresentar suas demandas na reunião do dia 22. O PV, PCdoB e o PSL têm interesse de eleger o maior número de deputados estaduais. O PSDB participa da majoritária e quer manter o espaço. O PSD e o DEM também querem participar da majoritária. São caminhos que nós vamos encontrar num debate preliminar e afunilando para que em junho, nas convenções, a gente feche não só a chapa majoritária, mas também as chapas proporcionais. Já tem uma coligação pré-formada para deputado estadual, com PSL e o PTdoB. Tem outros partidos menores que estão estudando a formatação de chapas que proporcione o maior número de deputados estaduais. Esse é o caminho que nós estamos buscando. O governo está bem do ponto de vista administrativo, do ponto de vista político e agora estamos construindo esse caminho que começa com esse encontro. O calendário vai até 30 de junho, que é a consolidação de todo um trabalho que foi feito até lá.
JP - Vocês trabalham com o cenário de uma possível candidatura do senador Cássio Cunha Lima?
EDVALDO - Não vejo justificativa para um rompimento. Se você pegar alguns dados dessa aliança vai ver que ninguém esperava que se ganhasse as eleições com Ricardo e Cássio por conta da máquina do Estado em 2010. Ricardo estava fora da prefeitura e Cássio sem a prefeitura de Campina Grande. Foi uma aliança vitoriosa, que elegeu Cássio senador, Ricardo governador e Rômulo vice. Em 2012, a base dessa composição não elegia mais de 136 prefeitos no Estado e conseguiu ser vitoriosa em Campina Grande. Ela pode se consolidar agora em 2014. O PSDB faz parte do governo, tem vários secretários. As críticas que Cássio faz são críticas mais de construção, de alerta. A tendência nossa é fortalecer e ampliar essa aliança. Esse é o caminho que nós estamos construindo.
JP - O PSB está conversando com o PP do ministro Aguinaldo Ribeiro?
EDVALDO - O governador tem sido recebido pelo ministro numa agenda administrativa. Nós já fizemos contato com membros do PP aqui na Paraíba e vamos ampliar essa conversa. Temos conversado com Wilson Santiago, do PTB, com o PPS de Nonato Bandeira, com o Solidariedade de Benjamin. Esse é o nosso papel. Estamos dialogando hoje com 17 partidos, sempre naquela linha de 'pro bem da Paraíba'. Não interessa a nós agora criar aresta e desconstruir o que foi construído até agora pelo governo do Estado.
JP - Mas a gente sabe que há uma torcida dentro do PSDB para um rompimento com o governador.
EDVALDO - Quem mais busca esse rompimento não é nem o senador Cássio, é mais quem não votou em Ricardo em 2010. Nós assistimos como foi a campanha em João Pessoa, lideranças do PSDB que apoiaram Maranhão e são essas mesmas lideranças que apostam nesse rompimento. Acho que tanto a família Cunha Lima como setores importantes como o DEM, como Manoel Ludgério, Rômulo Gouveia, Adriano Galdino, sempre buscam a manutenção dessa aliança.
JP - O senhor acredita que essa aliança será mais tranquila para o governador?
EDVALDO - Eu acho que o governador tem uma certa facilidade agora por conta da agenda de trabalho dele. É uma agenda que tem obra em todos os 223 municípios durante esses três anos. Isso possibilita e facilita muito o que dizer e pra que veio. A eleição é um plebiscito, a população vai avaliar o que Ricardo tem feito nesses três anos. É uma oportunidade boa também de avaliar o que ele está fazendo em João Pessoa, com obras em todas as áreas.
JP - Na eleição de 2012 o PSB ficou em terceiro lugar na disputa pela prefeitura de João Pessoa. Como melhorar a situação do partido na capital?
EDVALDO - Nós vamos fazer debates diretamente com a população. Temos feito plenárias nos bairros com a criação de núcleos de base do partido, fortalecendo o trabalho de formiguinha em todas as regiões da cidade. Temos feito plenárias da militância, seminários de formação política, o trabalho de como usar bem as mídias sociais. O PSB aqui em João Pessoa tem se organizado muito, principalmente perante as bases, perante as lideranças nos bairros, aos movimentos sociais. O partido tem se organizado bastante para esse embate que se avizinha.
JP - Como está hoje a situação do PSB no Estado inteiro?
EDVALDO - Quando Ricardo assumiu o governo do Estado, nós tínhamos até então seis prefeitos, 11 vice-prefeitos e em torno de 30 vereadores. Hoje o partido tem 35 prefeitos, 22 vice-prefeitos e 218 vereadores. O partido existia em 45 municípios e hoje existe em 218 municípios. É um partido que foi o segundo mais votado nas eleições municipais. Só para você ter uma ideia, nós tivemos 600 mil votos de candidatos a prefeito que não foram eleitos, afora os que foram eleitos. O partido saiu extremamente fortalecido na eleição de 2012 e está preparado agora para as eleições de 2014. Pensamos em eleger mais de seis deputados estaduais, eleger um deputado federal e sair extremamente fortalecido no pleito de outubro.
JP - Quantos prefeitos que não são do PSB e nem de partidos aliados apoiam a reeleição do governador?
EDVALDO - Na frente construída em 2010 pouquíssimos prefeitos nos apoiaram. Já em 2013, com o trabalho que foi feito de articulação política com os prefeitos eleitos em 2012, conseguimos contar com mais de 160 prefeitos na base do governo.
JP - Do PMDB, quantos prefeitos estão apoiando hoje o governador?
EDVALDO - Mais de 20 prefeitos, quase a metade do PMDB hoje.
JP - O senhor acredita que vamos ter três candidaturas competitivas disputando o governo do Estado: Ricardo, Cássio e Veneziano?
EDVALDO - Não acredito não. Eu vejo que nós teremos duas candidaturas, uma da situação e uma da oposição. A chapa de Ricardo com Cássio e deve ter uma chapa do PMDB. Não sei para onde vai o bloco do PT/PP/PSC/PTN, o rumo que eles vão tomar, se vão lançar uma terceira via. Mas avalio que será uma eleição polarizada.
JP - E na eleição presidencial, como será o palanque de Eduardo Campos na Paraíba?
EDVALDO - Com a aliança com o PSDB nós vamos ter um palanque único, onde Cássio vai pedir voto para Aécio e Ricardo vai pedir voto para Eduardo Campos, da mesma forma como aconteceu em 2010, quando Cássio pedia voto para Serra e Ricardo para Dilma.
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