ECONOMIA
Inadimplência fecha com forte alta no 1º semestre
No acumulado dos seis meses no comércio de João Pessoa, contas atrasadas cresceram 326,2%.
Publicado em 03/07/2015 às 6:00 | Atualizado em 07/02/2024 às 13:26
O crescimento de contas atrasadas sem o devido pagamento não dão tréguas ao comércio de João Pessoa e acumulam taxas expressivas. Seguindo a tendência deste ano, a inadimplência fechou o primeiro semestre na capital paraibana com alta de 326,27%.
Segundo dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), mais de 53,707 mil consumidores foram incluídos no cadastro negativo de João Pessoa de janeiro a junho deste ano, contra 12,599 mil no mesmo período do ano passado.
Em junho, o índice não parou de crescer de consumidores com "nome sujo" na praça. O volume de devedores atingiu um crescimento de 424,31%, sendo 9.899 incluídos no SPC no último mês, contra 1,888 mil em junho do ano passado.
EXCLUÍDOS CRESCEM
Como a base de nomes negativados ficou mais 'gorda', o volume de pessoas excluídas no SPC, ou seja, que reabilitaram o crédito também registrou forte foi alta no semestre (301,76%) sobre o ano passado. Foram excluídos 32,583 mil consumidores, enquanto no ano passado 8,110 mil saíram da lista suja.
Contudo, a diferença entre os que entraram no SPC (53.707) e os que saíram (32.583) no primeiro semestre é bastante negativa, uma diferença de 21,124 mil pessoas que ainda estão negativos e sem condições de comprar a crédito nas lojas.
O presidente da Federação das Associações Comerciais da Paraíba, Alexandre Moura, destacou que o grande crescimento da inadimplência em João Pessoa neste semestre, quase em um ritmo exponencial, está ligado à crise econômica do país que reúne alta da inflação, dos juros e desemprego. Segundo ele, somente no último trimestre do ano deve ocorrer uma melhora neste quadro.
“No último trimestre do ano as coisas estarão mais estabilizadas e, mesmo que seja em menor volume, alguns setores terão que contratar por causa do final do ano”, frisou.
O diretor do SPC-JP, Lindembergh Vieira, frisou que o empréstimo de cartão de crédito a terceiro é responsável por mais de 20% do total da lista dos negativados. “Por isso não cansamos de orientar as pessoas a não emprestarem seu cartão de crédito para parentes ou amigos. Os juros mais altos também dificultam as pessoas a quitarem seus débitos”.
Durante o primeiro semestre, o índice de inadimplência permaneceu no patamar acima de 300% na capital.
CONTAS EM ATRASO CRESCEM 12,2% EM CG
Em Campina Grande, a lista de pessoas endividadas e sem condições de pagar contas cresceu 12,24% no acumulado dos seis meses do ano, segundo a Câmara dos Dirigentes Lojistas da cidade (CDL-CG). Foram 8,129 mil consumidores neste ano e 7,242 mil no 1º semestre do mesmo período do ano passado.
Segundo o presidente da Câmara, José Artur, a alta, mesmo bem menor do que na capital, foi influenciada por fatores da economia nacional.
“Por causa da crise econômica, presente em todo o país, tem muita gente perdendo emprego e o dinheiro do paraibano não está dando para quitar todas as contas do mês. Mesmo assim, o campinense é cauteloso, evita longas parcelas no cartão de crédito e muitos compram à vista”, frisou.
O número de exclusões registrados na CDL-CG até junho cresceu 13,99%, sendo 4.668 este ano e 4.095 no mesmo período do ano passado. Já no mês de junho, o volume de endividados em Campina Grande foi estável (1%). Foram 1.266 devedores no mês passado contra os 1.257 em 2014. A quantidade de pessoas que recuperaram o crédito cresceu 6% em junho, sendo 697 consumidores este ano e 659 no ano passado.
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