COTIDIANO
Polícia Civil identifica adolescentes suspeitos de matar professor
Crime em Campina Grande teria sido cometido por dois menores de idade com o intuito de roubar Valderi Santos, de 44 anos. Porém, hipótese de homofobia não é descartada.
Publicado em 12/07/2011 às 8:11
João Paulo Medeiros e Alberto Simplício
Do Jornal da Paraíba
Pouco depois de 48 horas, a Polícia Civil de Campina Grande acredita ter elucidado o assassinato do professor de português Valderi Carneiro Santos, de 44 anos, morto dentro de uma pousada na rua Tavares Cavalcante, no Centro da cidade, no último sábado. No entanto, até o fechamento desta edição nenhum dos suspeitos havia sido detido.
Para a polícia, o crime foi cometido por dois menores que já foram identificados e teriam agido para roubar a vítima. Os acusados ainda levaram a carteira, um aparelho celular e documentos do professor. A hipótese do crime ter sido motivado por homofobia, porém, também está sendo analisada.
Os suspeitos de terem sido os autores do assassinato teriam começado a ‘tramar’ o golpe em um bar no bairro da Liberdade. Acompanhados de outros homens, os dois teriam se deslocado para um outro estabelecimento no Centro da cidade, às margens do Açude Novo, e depois mantido um encontro com a vítima. Pouco depois das 5h, os dois teriam pedido um táxi e se deslocado das proximidades do Terminal de Integração para a pousada, passando por ruas como Ruy Barbosa e Floriano Peixoto. A ação foi flagrada pelas câmeras de monitoramento da Superintendência de Trânsito e Transportes Públicos (STTP).
Para a polícia, a vítima foi atraída pelos acusados para um suposto programa. Às 6h03 os três teriam entrado na pousada e solicitado a permanência até as 14h. Passava de 17h quando os funcionários do estabelecimento perceberam a ausência do hóspede e chamaram a polícia, que arrombou o local às 18h. Valderi Carneiro Santos estava morto com marcas de sufocamento e cortes, possivelmente provocados por latas de cerveja.
Antes mesmo do corpo ter sido encontrado, familiares do professor suspeitaram da ação e ligaram para a polícia, por volta de 11h do sábado, informando que a vítima estava desaparecida. A polícia chegou a ir em um dos motéis da cidade, mas não encontrou Valderi (foto ao lado).
“Nós já identificamos os autores e temos informações suficientes com relatos detalhados de como eles agiram. Mas as informações serão apresentadas numa coletiva que vai esclarecer tudo”, observou ontem a delegada de Homicídios, Cassandra Duarte, que está investigando o caso.
Segundo a polícia, depois de matarem o professor, os acusados ainda se apoderaram da chave de sua residência, no bairro do Catolé, e foram até o local, mas não conseguiram roubar objetos da casa. Eles acabaram flagrados pela mãe da vítima e fugiram sem levar nada. Além dos dois menores, a polícia investiga ainda se outros três homens que foram vistos com o professor em um bar às margens do Açude Novo também tiveram algum tipo de participação no assassinato.
De acordo com a delegada Cassandra Duarte, a análise das imagens das câmeras de segurança da cidade serão cruciais para identificar os ocupantes do carro em que Valderi estava no momento em que se dirigia para a pousada. As imagens do local onde ele estava bebendo na madrugada do último sábado também estão sendo analisadas. O corpo de Valderi Santos foi velado durante o último domingo e enterrado no mesmo dia, em Campina Grande.
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