POLÍTICA
Maranhão pede desculpas aos paraibanos por ter pedido voto para Dilma
Senador lamentou, pela segunda vez na vida pública, estar participando de um julgamento de presidente da República.
Publicado em 11/05/2016 às 17:34
A sessão realizada no Senado que pode afastar a presidente Dilma Rouseff por 180 dias pode entrar madrugada adentro ou ser suspensa e retomada amanhã. Os ‘ainda’ governistas querem a primeira opção.
Os ‘ainda’ oposicionistas têm pressa e querem a degola da presidente ainda nesta sessão. A quase totalidade dos senadores que se pronunciou, durante a manhã e à tarde, pediu o afastamento da presidente usando o argumento de que ela não teve competência na gestão.
Segundo esses senadores, entre eles, Cristovão Buarque (PPS), a presidente maquiou as contas na eleição para esconder um rombo nas contas e o resultado veio depois da vitória em 2015, quando foi necessário aumentar a energia, o combustível. Quando a crise econômica se agravou, aumentou a inflação, o desemprego e a desconfiança dos investidores na economia.
Para Maranhão, essa é a maior crise que presenciou
O senador José Maranhão (PMDB) subiu na tribuna por volta das 17h e abriu o discurso lamentando que, pela segunda vez na vida pública, estava participando de um julgamento do presidente da República. “Fui testemunha, por conta da minha longevidade, das quatro crises que assolaram a vida nacional”.
Disse que vê com desconfiança o debate sobre a volta do parlamentarismo, porque ele sempre teve uma vida efêmera no Brasil. “Nunca funcionou bem. Nós temos que encontrar dentro do próprio presidencialismo a solução. Se por um lado temos um conflito pessoal, é o povo que vai pagar essa conta”, argumentou.
Maranhão admitiu que a solução é traumática e considera as “pedaladas fiscais” e a emissão de créditos suplementares sem autorização do Legislativo crimes cometidos pela presidente. Segundo ele, as medidas geraram as conseqüências econômicas e sociais de hoje. “Os programas que foram criados sob aplausos estão deixando as pessoas frustradas”, lembrou o senador paraibano.
Pedido de desculpas
O peemedebista lembrou que quando se candidatou a senador em 2014, o PT da Paraíba quebrou o acordo com ele e, mesmo assim, ele manteve os compromissos que tinha mantido com Dilma e Lula. Em um dos momentos pediu desculpas aos paraibanos que seguiram o seu pensamento. “É bem verdade que todos que votamos estamos tristes. Depois de tudo que houve (...) e peço desculpas aos eleitores da Paraíba que me ouviram e sufragaram ao nome de Dilma”.
E completou: “Quando o eleitor vota não está dando ao candidato uma procuração em branco”. Usou a frase para dizer que não há erro em destituir um político do poder por causa do tamanho da vitória. Maranhão foi o 18º senador a falar nesta quarta-feira (11).
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