VIDA URBANA
Servidores da Saúde decidem manter greve
Pedindo a revogação da lei que autoriza pactuação nos serviços de saúde de CG, servidores decidem em assembleia manter greve.
Publicado em 07/09/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 17:07
Em greve há mais de um mês, os servidores da Saúde em Campina Grande decidiram durante assembleia da categoria, na manhã de ontem, que vão continuar com a paralisação até que a prefeitura atenda às reivindicações da classe. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Públicos Municipais do Agreste da Borborema (Sintab), Napoleão Maracajá, 70% dos 2.077 servidores da pasta estão sem trabalhar.
A principal reivindicação da categoria, reiterou Maracajá, é o pedido de revogação da lei de autoria do poder Executivo que prevê pactuação dos serviços da saúde no município, aprovada pela Câmara Municipal no mês de agosto.
“Queremos a revogação dessa lei, que trará prejuízos à população, mas também esperamos uma posição da prefeitura sobre outros três pontos da pauta de reivindicações. Dois deles são referentes a projetos que beneficiam os servidores e ainda não foram enviados à Câmara. Um trata do projeto de lei para aprovação da Gratificação de Incentivo ao Trabalho (GIT) e outro para instituição do Programa Nacional de Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ) no município”, explicou.
O quarto ponto, salientou o sindicalista, é a concretização do Plano de Cargos, Carreira e Remuneração dos servidores, que, segundo ele, foi aprovado no ano passado mas ainda não foi colocado em prática.
O sindicalista acrescentou ainda que um dos motivos para que a greve seja mantida é a falta de diálogo da prefeitura com os servidores. Conforme Napoleão, desde a deflagração da greve, no dia dois de agosto, o prefeito não ouviu ou procurou dialogar com os grevistas.
Em relação ao pedido de ilegalidade da greve, solicitado na Justiça pela prefeitura de Campina Grande na última quarta-feira, o presidente informou que o Sintab só irá analisar a questão quando for notificado pela Justiça, o que ainda não ocorreu.
“Não fomos notificados ainda. Quando houver uma decisão da Justiça nesse sentido, nós iremos convocar os servidores e eles é que decidirão o rumo do movimento”, destacou. Na assembleia de ontem também ficou definido que na próxima segunda-feira de manhã os servidores farão a 'Caminhada do Luto', saindo da sede da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) com direção à Praça da Bandeira, com o objetivo de chamar a atenção da sociedade para os problemas da saúde pública na cidade.
RESPONSABILIDADE É DO SINTAB, DIZ PROCURADOR
Ao falar sobre a decisão dos servidores de continuar com a greve, o procurador-geral do município, José Mariz, disse que a prefeitura está aguardando a decisão da Justiça sobre o pedido de ilegalidade da greve.
Mariz acusou o presidente do Sintab de estar utilizando o sindicato para fazer uma greve subjetiva, “pedindo a revogação de uma lei que ainda nem está em vigor”. O procurador disse ainda que na última quinta-feira procurou o Ministério Público para comunicar que qualquer problema que ocorra no sistema de saúde pública da cidade durante a greve será de responsabilidade do sindicalista.
“Com saúde não se brinca. Procuramos o Ministério Público e vamos responsabilizar o presidente do Sintab por qualquer problema que ocorra na Saúde de Campina Grande durante a greve, já que os serviços estão sem funcionar e a população está sem atendimento porque o sindicato está utilizando a Saúde para fazer política”, afirmou.
Por fim, o procurador disse que a prefeitura não pretende revogar a lei da pactuação e negou que não haja vontade da gestão municipal para dialogar com os servidores.
“No ofício que recebemos do Sintab só constava como ponto de reivindicação a questão da revogação da lei, portanto, não chegou ao nosso conhecimento os demais pontos relatados. Eles foram acrescentados pelo presidente depois, quando a prefeitura decidiu entrar na Justiça. Ainda em relação à lei, quero dizer que ela está ancorada em uma lei federal e que mais de 200 municípios já adotaram esse modelo de gestão. Então, não vamos recuar ou desistir de mudar o sistema de saúde para melhor atender ao povo por conta de questões políticas”, concluiu.
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