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VIDA URBANA

Faltam medicamentos em João Pessoa

Pacientes com diabetes, denunciam que há três meses estão sem receber do Estado e da Prefeitura, insulina e outros medicamentos de uso contínuo.

Publicado em 29/11/2012 às 6:00


Os medicamentos destinados ao tratamento de diabetes não estão sendo distribuídos regularmente pelo serviço público de saúde, tanto municipal quanto estadual. A denúncia foi realizada por pacientes que dependem do benefício. Relatos apontam que o descaso acontece há mais de 3 meses e medicamentos básicos, como insulina, por exemplo, não são entregues nos centros de distribuição de João Pessoa.

A dona de casa Márcia Maria, que sofre da doença há alguns anos e depende da distribuição gratuita feita pela Prefeitura de João Pessoa e Governo do Estado, afirma a urgência de receber o benefício. “Quem tem diabetes não pode ficar sem medicamento senão morre”, disse. No entanto, a diabética disse que há mais de 3 meses a insulina está em falta nos dois centros de distribuição. Prefeitura nega a indisponibilidade do medicamento. Estado afirma que apenas um tipo de insulina está em falta, mas que o problema já está sendo solucionado.

De acordo com a endocrinologista Ângela Siqueira, se o paciente não tomar a insulina, o nível de glicose no sangue vai se elevar – causando hiperglicemia, o que se não for tratado, poderá acarretar em um coma diabético, dependendo do grau de deficiência no pâncreas de cada paciente. “Dependendo da reserva pancreática do paciente, a falta do medicamento por três ou quatro dias pode levá-lo ao coma”, afirmou.

Márcia Maria disse que ao solicitar o medicamento na Gerência de Medicamentos e Assistência Farmacêutica (Gemaf) da prefeitura de João Pessoa, a distribuição de insulina estava sendo limitada em uma unidade para cada paciente. “Primeiro, no início do mês recebi apenas uma insulina Novorapid, que dá para uma semana de aplicação. Na semana passada só me deram um refil da Lantus – sem a caneta de aplicação, alegando que só estavam dando um medicamento a cada paciente porque os que estavam lá já haviam sido pegos emprestados de outro lugar”, relatou.

Segundo a diretora da Gerência de Medicamentos e Assistência Farmacêutica (Gemaf), Janaína Lessa, as duas insulinas em questão não são distribuídas pelo setor, mas são de competência do Estado, que através de uma ação civil determina que o Núcleo de Assistência Farmacêutica (NAF) faça a dispensação dessas insulinas. “A competência do município está relacionada à distribuição das insulinas NPH e Regular, que estão sendo dispensadas normalmente nas Unidades Básicas de Saúde da Família (UBSFs)”, garantiu.

Já o gerente do Núcleo de Assistência Farmacêutica (NAF) da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Manoel Mariano Neto, negou que a insulina Lantus não esteja sendo entregue, no entanto, confirmou que a Novorapid está em falta, mas não quis se pronunciar por quanto tempo o problema persiste, nem tampouco a previsão para a solução do mesmo, apenas disse que o setor já está providenciando a regularização da dispensação do medicamento.

A paciente Márcia Maria também informou que necessita tomar o medicamento Galvus (nome comercial), indicado para a diminuição dos níveis glicêmicos de pacientes que sofrem de diabetes e que o mesmo custa muito caro, por isso depende da distribuição feita pelo Centro Especializado de Dispensação de Medicamentos Excepcionais (Cedmex), mas há mais de três meses não recebe o remédio. “A única coisa que me dizem é que ele (Galvus) está em falta e não há previsão de quando retornarão a distribui-los. Disseram ainda que eu juntasse a família para comprar o remédio, mas nem eu, nem minha família temos condições. A verdade é que as propagandas são muito bonitas, mas a realidade é bem diferente do que mostram”, desabafou.

No entanto, a diretora do Centro Especializado de Dispensação de Medicamentos Excepcionais (Cedmex), Gilcélia Ribera, disse que Vildagliptina (Galvus) não faz parte da lista de medicamentos disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde, mas que o município possui outros medicamentos padronizados para a dispensação que atendem à mesma patologia, onde os diabéticos podem adquiri-lo gratuitamente, ou ainda através das Farmácias Populares.

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Jornal da Paraíba

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