História do Irã em HQ

Observando Paraíso de Zahra, é impossível não se lembrar de Persépolis (Cia. das Letras), álbum da iraniana Marjane Satrapi que virou animação, adaptada pela própria junto com Vincent Paronnaud, em 2007.

A biografia em quadrinhos conta a história do Irã após a Revolução Islâmica, no final da década de 1970, usada como pano de fundo para a trajetória de Satrapi, que se exilou na França quando jovem.

“Eu amo Marjane Satrapi”, certa vez confessou o roteirista Amir ao jornal Folha de S. Paulo. “Ela deu início a uma nova tradição que dá voz a toda uma geração de iranianos. Apresentou um novo caminho para histórias do Irã e também revelou que os quadrinhos são grandes rompedores de barreiras de espaço, tempo e linguagem”.

Em 2009, quando houve os protestos do 'Movimento Verde' em várias partes do mundo, Marjane Satrapi marchou nas ruas da França com cerca de 3 mil manifestantes, incluindo o filósofo Bernard-Henri Levy.

Na época, a quadrinista assinou uma carta aberta e discursou diante do parlamento europeu, onde não reconheceu a vitória de Ahmadinejad com base nas acusações de fraude.

O sucesso de álbuns como Persépolis e Paraíso de Zahra, este último conquistando o interesse de mais de 45 mil leitores em 125 países, é o resultado da falta de informação sobre o Irã, principalmente envolvendo questões como liberdade de expressão e direitos humanos.

Esse é o espírito das manifestações artísticas daquele país, residente também nos pouco divulgados e explorados quadrinhos iranianos.