POLÍTICA
Moro diz que processos correm risco, se a Justiça não mudar
Moro defende mudanças na Justiça junto com os procuradores da 'Lava Jato', como a prisão preventiva de quem desvia recursos públicos.
Publicado em 25/09/2015 às 8:00
O juiz federal Sergio Moro disse em debate ontem em São Paulo que processos da operação Lava Jato correm o risco de prescreverem se o sistema da Justiça criminal não mudar.
"Há um risco, sim, de que esses processos caiam no esquecimento", afirmou o juiz num almoço e debate organizado pelo Lide - Grupo de Líderes Empresariais, organização liderada por João Doria, pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo.
Moro defende mudanças na Justiça junto com os procuradores da 'Lava Jato', como a prisão preventiva de quem desvia recursos públicos e a redução das chances de um crime de colarinho branco prescrever.
O magistrado citou a operação Mãos Limpas, que ocorreu na Itália entre 1992 e 1994, como um exemplo de que casos rumorosos podem resultar em impunidade. Segundo Moro, 40% dos 4.520 investigados na Mãos Limpas foram anistiados ou seus crimes prescreveram.
O juiz afirmou que os empresários têm um papel essencial no combate à corrupção. "A iniciativa privada tem um papel importante em dizer não ao pagamento de propina".
Citando processos da 'Lava Jato' que já julgou, Moro disse que os empresários já condenados endossavam a prática de pagamento de suborno. "Não houve nenhuma extorsão, o que é assustador", disse, mencionando a Camargo Corrêa e a OAS como exemplo.
Moro citou o caso de um empresário de Palermo, na Sicília, que ele considera um verdadeiro herói.
Comentários