Tráfico sem barreira

A droga revendida através dos detentos na Penitenciária Romero Nóbrega, em Patos, no Sertão da Paraíba, e distribuída na região e no Estado de Pernambuco, fazia um percurso de quase cinco mil quilômetros até seu destino final, o interior do presídio.

Todo crack e cocaína do ‘cartel da droga’ que funcionava há mais de um ano, transitava ainda no Rio Grande do Norte e interior do presídio Aníbal Bruno, em Recife (PE). Esquema foi desarticulado na operação ‘Hidra’, realizada na última quarta-feira.

A polícia ainda investiga como era realizado todo o caminho entre Paraguai e Bolívia, origem da droga, passando por São Paulo e chegando ao Sertão da Paraíba, de onde era distribuída para as demais localidades. Os indícios mostram que houve remessas regulares semanais de 2kg a 3kg de crack e cocaína, entrando e saindo da Penitenciária Romero Nóbrega, para distribuição em pelo menos seis cidades da Paraíba e Pernambuco.

Além de abastecer a cidade de Patos, os produtos seguiam para São Bento (PB), e São José do Egito, Itapetim, Brejinho e Tuparetama, em Pernambuco. Segundo o delegado Cristiano Jacques, havia ainda o comércio mútuo e constante entre os presídios Romero Nóbrega e Aníbal Bruno. “O contato com o presídio Aníbal Bruno, era uma relação de busca e entregar drogas. Quando começava a faltar abastecimento em um local, o outro enviava mais drogas”, revelou o delegado.

Todos os detidos na operação tiveram prisão temporária decretada por 30 dias até a conclusão do inquérito policial.

Segundo o delegado, as investigações continuam e todos os detidos serão ouvidos para descobrir se há mais pessoas envolvidas no esquema, que contava com a conivência de agentes penitenciários e diretores da Penitenciária Regional de Patos. Foram presos 23 acusados, sendo que um mandado foi revogado no mesmo dia.