VIDA URBANA
Protesto bloqueia tráfego no Rangel
Após morte de uma das seis vítimas atropeladas por veículo em parada de ônibus, moradores do Rangel realizam protesto e fecham rua.
Publicado em 21/02/2013 às 6:00
Um dia após um carro oficial do governo do Estado atropelar seis pessoas, matando uma delas, moradores do bairro do Rangel, em João Pessoa, realizaram um protesto na manhã de ontem, na avenida 14 de Julho, onde ocorreu o acidente. Revoltados com os frequentes acidentes no local, os moradores atearam fogo em pneus e espalharam os destroços do acidente por toda via, bloqueando totalmente o tráfego de veículos.
O protesto causou congestionamento no bairro do Rangel, cujo tráfego foi desviado por ruas adjacentes, provocando atrasos de até 30 minutos. A revolta dos moradores era exposta em histórias de acidentes que vitimaram grande quantidade de moradores do bairro.
A mais recente aconteceu no início da tarde de ontem, quando a estudante Geycianne Camillo da Silva, 16 anos, esperava o ônibus para ir ao segundo dia de aula do curso técnico de manutenção de micro computador, no qual havia se matriculado há alguns meses. Ao ser atropelada, a garota teve as duas pernas dilaceradas e fraturou várias costelas, que perfuraram o baço e pulmão, provocando sua morte por volta das 20h da última terça-feira, no Hospital de Emergência e Trauma, onde teve ainda as pernas amputadas durante a cirurgia.
“A vida da minha filha não volta mais, mas eu vou buscar todas as ações jurídicas necessárias para conseguir justiça. Ela era minha filha única e isso não pode ficar impune”, lamentou o pai da menina, Severino Silva. Além de Geycianne Camillo, foram atropeladas pelo carro oficial do governo: Simone Nascimento da Fonseca, 32 anos; Jucilene Alexandre dos Santos, 19 anos, Deniclécia Ferreira da Cruz, 30 anos; Maria Cristina Leandro da Cruz, 39 anos, além de uma criança de 12 anos.
Testemunhas do acidente revelaram que o motorista do veículo trafegava em alta velocidade e, para não colidir com um ônibus, teria arremessado o carro contra as pessoas que estavam em uma parada de ônibus. “Isso foi um assassinato. Em nenhum momento ele freou o veículo, não há nenhuma marca de freio na pista. Ele simplesmente colocou o carro para cima de pessoas indefesas e isso foi feito de forma consciente”, afirmou o morador Juscelino Ferreira.
Conforme os moradores, os veículos trafegam pela via em alta velocidade, o que tem provocado frequentes acidentes. Os protestantes reivindicam a instalação de lombadas físicas e eletrônicas nas avenidas Quatorze de julho e Dois de fevereiro.
Policiais militares compareceram ao local do protesto para negociar a liberação da avenida que foi bloqueada em três diferentes pontos. “Atravessar essa avenida é praticamente impossível. Acidentes como esse não podem acontecer novamente. Quantas pessoas ainda teremos que perder nesse trânsito até que alguma providência eficaz seja tomada”, protestou Amauri Almeida, integrante da Comissão Missão de Paz no Trânsito.
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