Violência sem trégua

O início deste mês foi violento na cidade de Santa Rita, Região Metropolitana de João Pessoa. Em apenas seis dias aconteceram oito homicídios no município, sendo o último assassinato registrado na manhã de ontem. O único dia do mês em que não ocorreu mortes na cidade foi a última segunda-feira.

Levantamento realizado pelo JORNAL DA PARAÍBA revelou que as vítimas de homicídios na cidade este mês são do sexo masculino e maior de idade. A última vítima deste tipo foi Carlos Roberto Fidelis Alves Júnior, de 28 anos, assassinado a tiros na manhã de ontem, no bairro Marcos Moura.

Segundo o Centro Integrado de Operações Policiais (Ciop) o rapaz iria vender um carrinho de mão, quando foi abordado por dois homens que estavam em um veículo Chevrolet Celta, de cor preta. Os bandidos atiraram várias vezes contra a vítima, que chegou a receber atendimento médico no local, mas faleceu.

Uma viatura da Polícia Militar estava nas proximidades do local e chegou a perseguir os criminosos, mas eles conseguiram fugir. A Polícia Civil investiga o crime, mas ainda não identificou a motivação para o assassinato.

Já no Centro de Santa Rita, Marcos Alberto Lopes, de 38 anos, foi assassinado por volta das 19h da última quinta-feira, dentro de sua própria casa. Segundo informações da 6ª Delegacia Distrital, a vítima estava dormindo quando dois homens chegaram em uma moto preta, chamando por seu nome.

Os criminosos disseram à esposa da vítima que iriam quitar uma dívida, mas ao abrir a porta da casa, Marcos Alberto foi assassinado com vários disparos de revólver calibre 38. Ele trabalhava em uma fábrica de cerâmica e não possuía envolvimento com crimes. Ainda em estado de choque, a esposa de Marcos Alberto afirmou à polícia não conhecer os homens responsáveis pelo assassinato e também não sabe o que poderia ter motivado o homicídio. Nenhum suspeito do crime foi detido.

De acordo com o delegado Luiz Cotrim, responsável pelo Núcleo da Delegacia de Homicídios em Santa Rita, não seria possível afirmar que existe na cidade um grupo de extermínio responsável pelas mortes. “Essa é uma questão muito sensível. Algumas vítimas são traficantes ou usuários de drogas, mas também existem aquelas que não têm envolvimento com crimes. O homicídio é um crime muito sensível, que requer o máximo de levantamentos possíveis, com oitivas, provas técnicas. O mais importante é que estamos investigando todos estes casos, em alguns já temos suspeitos mas em outros casos não”, revelou o delegado Luiz Cotrim.