VIDA URBANA
HUs têm déficit de servidores
Com déficit de 1,2 mil funcionários, HU's da Paraíba ainda não aderiram ao modelo de gestão da EBSERH.
Publicado em 31/05/2012 às 6:30
Os dois hospitais universitários da Paraíba, o Lauro Wanderley (HULW), em João Pessoa, e o Alcides Carneiro (HUAC), em Campina Grande, ainda não aderiram à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), criada ano passado pela presidente Dilma Rousseff. Atualmente as duas unidades possuem um déficit de aproximadamente 1,2 mil servidores. A decisão vai interferir diretamente na contratação de novos funcionários. Caso os hospitais resolvam aderir ao novo modelo de gestão, os novos servidores passariam a ser contratados diretamente pela administradora, e não pelas universidades, como ocorre hoje.
Só no HULW o déficit estimado é de mil servidores. A Universidade Federal da Paraíba (UFPB), gestora do hospital, já contratou 59 profissionais de saúde aprovados no concurso realizado no início deste ano e está preparando a convocação de mais 17 médicos aprovados. Com as contratações, passa a ter cerca de 1.030 servidores, mas precisaria ter o dobro para atender à demanda e ainda melhorar a preparação dos estudantes dos cursos da UFPB. O cálculo da direção do hospital é feito com base no padrão de atendimento exigido pelo governo federal, que é o do Hospital das Clínicas de Porto Alegre, referência no país.
“Temos um déficit grande. O governo federal se espelha no Hospital das Clínicas de Porto Alegre que tem o dobro da nossa capacidade, com mais de 600 leitos. Lá eles possuem 4,8 mil servidores e nós temos em torno de mil para 283 leitos.
Precisaríamos de pelo menos 2 mil servidores para manter este padrão e proporcionar um acompanhamento mais efetivo aos alunos”, avalia João Batista Silva, superintendente do HULW.
A UFPB vai aguardar a definição da eleição da nova reitoria para, só então, dar início ao debate interno sobre a adesão à EBSERH.
“A adesão à gestão da nova empresa precisa de uma decisão muito amadurecida e agora não é o momento dessa discussão.
Vamos aguardar a definição da próxima reitora e aí vamos colocar em debate a decisão se vamos ou não nos incorporar à nova empresa”, concluiu João Batista.
O concurso realizado este ano para diminuir o déficit do HULW foi feito com contratações pelo Ministério da Educação, mas a realização de novos concursos dependerá da adesão ou não do hospital. “Estamos contratando e sanando deficiências de pessoal. Todos os hospitais universitários no país têm hoje esta carência”, concluiu o diretor.
Atualmente o HULW realiza por dia em média 3 mil atendimentos ambulatoriais, desde consultas e exames. O centro cirúrgico funciona de segunda a sexta, variando de 20 a 35 cirurgias realizadas por dia, quase todas eletivas. O hospital atende nas áreas de cardiologia, pediatria, obstetrícia, dermatologia, ortopedia e outras especialidades, além de realizar procedimentos de odontologia, ortodontia, psicologia e fisioterapia.
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