POLÍTICA
Até agora o alvo é Cartaxo, mas quem vai disparar primeiro contra Cida?
Será Manoel Júnior, Wilson Filho ou Charlinton Machado? Confira a análise política de Laerte Cerqueira.
Publicado em 10/06/2016 às 20:00
O alvo principal de todos os pré-candidatos a prefeito de João Pessoa, por enquanto, é atual prefeito Luciano Cartaxo (PSD). O bombardeio vem de várias frentes, afinal, o candidato à reeleição continua favorito. Lá na dianteira, de acordo com pesquisas de consumo interno.
Mas quem vai disparar primeiro contra a pré-candidata do PSB, Cida Ramos? Quem vai mudar o alvo primeiro? Abençoada pelo governador RC, com perspectiva de receber ajuda da máquina estadual, Cida é a que mais tem chances de avançar e continua sendo poupada.
Manoel Júnior (PMDB) tem dito que é a verdadeira oposição e que Cida é uma marionete do governador. Não passa disso. Wilson Filho (PTB) evita, por enquanto, entrar nos embates. Entende que o eleitor moderno não quer a crítica pela crítica, mas propostas, ideias. Charlinton Machado (PT) apenas relembra o “ex-petismo” de Cartaxo e de suas obras. Victor Hugo (Psol) ainda não entrou no debate.
O fato é que para chegar em Cartaxo, Wilson e Manoel, principalmente, precisam evitar que Cida cresça e eles ainda não sabem como fazer isso. Não encontraram o tom, não acertaram a “mão” para atingir a socialista antes que ela avance no protagonismo e deixe os dois para trás.
Ciumeira da Lagoa
Tudo bem que o governador RC sabe que tudo que ele fala vira manchete, mas usar seu precioso tempo para criticar os problemas pequenos da reforma da Lagoa é “feio”. Parece picuinha provocada pela ciumeira. Ele tinha que deixar isso para os vereadores de oposição, para Cida que é a pré-candidata; para os mensageiros.
Olhando assim parece que realmente está com receio do efeito eleitoral que a obra pode provocar. É como colocar defeito na namorada do amigo, quando o sentimento é de frustração porque não conseguiu tê-la.
Uma hora péssima para criminalizar as gravações
O projeto do deputado federal Vital do Rego Filho (PMDB), que prevê prisão para responsáveis pela gravação de voz, filmagem e divulgação de áudio ou vídeo sem autorização das “vítimas” foi apresentado ano passado. Bem antes das “explosões” provocadas pelos áudios que derrubaram Delcídio do Amaral e que, agora, com Sérgio Machado, tem atordoado a cúpula do PMDB.
A questão é que o projeto foi publicizado agora e é inevitável a interpretação de que Veneziano apresentou uma proposta de lei para evitar que “futuros delatores” e de outras “ações” tenham provas dos crimes alheios.
Talvez seja hora de adaptar o projeto, fazer modificações ou até retirar do debate. Não tem fundamento levantar essa discussão agora contra a opinião pública. Será fácil colocar a pecha de que o deputado quer calar o jornalismo investigativo, impedir o combate à corrupção. Bem como gravações que são importantes para a “coletividade”, como essas que podem derrubar Rena, Jucá e Sarney.
Não deve ter sido essa a intenção quando apresentado em 2015, mas na “temporalidade errada” parece.
Sem nome próprio, foi o jeito
Retribuindo o apoio que o DEM sempre deu ao PSB, o governador Ricardo Coutinho foi a Cabedelo anunciar apoio ao pré-candidato a prefeito do Democrata na cidade, o vereador Fernando Sobrinho. Vale ressaltar que também não tinha muito que fazer. Sem um nome próprio, Sobrinho era o que mais “se encaixava” com o projeto girassol.
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