COTIDIANO
Tráfico de drogas aumenta homicídios entre mulheres
O aumento de quase 17% nos assassinatos de mulheres, pode ter relação direta com maior participação delas no tráfico.
Publicado em 03/01/2012 às 6:30
O crescimento alarmante no número de mulheres assassinadas na Paraíba em 2011 revela o surgimento de um novo inimigo: o tráfico de drogas. É o que aponta o Centro da Mulher Oito de Março, Organização Não Governamenal (ONG) que atua na defesa dos direitos femininos no Estado. Segundo a instituição, namoradas e esposas de traficantes presos estariam assumindo o posto dos companheiros no esquema da venda de drogas.
Por consequência, elas estariam também entrando na lista da morte do crime organizado.
Em 4 anos, o índice de assassinatos contra mulheres cresceu 44,2% no Estado, segundo dados da entidade. Em 2008 foram 43 casos. Em 2011, estão confirmadas 62 mortes, mas esse número pode ser ainda maior, já que o mapeamento total não foi concluído. Dos crimes registrados ano passado 16 teriam motivações no tráfico e 46 por conta da violência doméstica.
O aumento no índice de homicídios no ano passado foi de 16,9%, já que no ano anterior ocorreram 53 assassinatos. O total de casos de 2010 colocou a Paraíba na 4ª posição entre os Estados com maior número de assassinatos femininos em todo o país, ficando atrás apenas de Espírito Santo, Alagoas e Paraná.
Irene Marinheiro, coordenadora do ‘Centro da Mulher 8 de Março’, analisa as estatísticas da violência com preocupação.
Ela alerta para a participação feminina na guerra do tráfico, fenômeno que é considerado recente pelos especialistas.
“Estamos percebendo um aumento no número de mulheres mortas envolvidas com o tráfico, principalmente as mais jovens.
O que antes atingia mais homens jovens, agora afeta as meninas também. Na maioria das vezes, o companheiro vai preso e ela acaba aceitando assumir o papel dele no crime”, revela.
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