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POLÍTICA

115 policiais são candidatos este ano na Paraíba

Para disputar eleições, eles estão licenciados desde o dia 5 de julho, data estabelecida pela legislação para iniciar a campanha eleitoral.

Publicado em 23/09/2012 às 6:00

Uma pausa no combate à criminalidade para investir no confronto direto com os eleitores. A disputa eleitoral por uma vaga no parlamento mirim dos municípios, na Paraíba, levou policiais civis e militares a pedir licença para se lançar como candidatos. Caso sejam eleitos, a segurança do Estado deverá ter o contingente reduzido em 117 policiais.

Ao todo são 90 policiais militares na disputa ao cargo de vereador, além de quatro bombeiros militares que também se afastaram da corporação para enfrentar a eleição. Na Polícia Civil são 23 candidatos a vereador, onde Cabedelo lidera a lista, com dois postulantes à vaga de vereador.

Para disputar as eleições, os oficiais, suboficiais, cabos e soldados estão licenciados desde o dia 5 de julho, data estabelecida pela legislação para iniciar a campanha eleitoral.

Eles deverão retornar às funções somente depois de 7 de outubro. Nesses três meses, os servidores com mais de 10 anos de carreira continuam a receber os salários normalmente.

O cientista político Fábio Machado credita ao êxito de muitos policiais na carreira política o aumento maior no interesse por uma vaga, seja na majoritária ou na proporcional. “O êxito de figuras como o sargento e ex-deputado estadual Denis, do major Fábio, acaba incentivando outros dentro da categoria. Além disso, ainda tem a satisfação pessoal ou ainda para servir como instrumento de favorecimento da categoria”, explica.

Machado ressalta que o trabalho de formação dos policiais inclui diversos cursos sobre direitos humanos, o que aumenta a percepção dos profissionais sobre democracia e política. “Este trabalho faz com que os policiais percebam que política é importante, acabam desenvolvendo densidade política”, finaliza.

O subcomandante da Polícia Militar da Paraíba, o coronel Francisco de Assis Castro, diz que o afastamento dos militares para disputar eleições é um direito constitucional, e que o número de 'baixas' não afetará a segurança pública no Estado. “A Polícia Militar tem quase 10 mil homens na ativa, então estes pouco mais de 100 policiais não afetam o trabalho, mesmo porque as perdas não são no mesmo batalhão, mas pulverizadas pelo Estado”, diz Castro.

Para ele, o grande interesse por parte dos policiais em seguir na vida pública deve-se, em parte, aos contatos feitos durante os anos na ativa. “Muitos estão perto de se aposentar e acham interessante buscar este caminho. Eles têm vantagem por já ter feito muitas amizades, têm muitos conhecidos”, aponta o coronel.

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Jornal da Paraíba

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