VIDA URBANA
Estudo projeta morte de 536 jovens até 2013 em três municípios da PB
Pelo menos três municípios paraibanos estão na lista das localidades do país onde devem ocorrer mais mortes de adolescentes por homicídios até 2013.
Publicado em 09/12/2010 às 9:28
Jacqueline Santos
Do Jornal da Paraíba
Pelo menos três municípios paraibanos estão na lista das localidades do país onde devem ocorrer mais mortes de adolescentes por homicídios até 2013. O índice de mortes violentas entre pessoas com idade de 12 a 18 anos que moram nessas localidades é maior do que a média nacional. João Pessoa é o quarto estado da região Nordeste com maior taxa de assassinatos.
Até 2013, pelo menos 298 mortes de adolescentes devem ser registradas na capital. O prognóstico faz parte do Índice de Homicídios na Adolescência (IHA) 2010, lançado ontem em Brasília, e revela uma estimativa de mortes violentas entre o público com idade de 12 a 18 anos.
O estudo avalia o risco de morte de adolescentes em municípios urbanos do país e mostra, além de João Pessoa, os municípios de Campina Grande e Santa Rita entre as localidades que mais devem perder adolescentes vítimas da violência, com registro de taxas acima dos índices projetados para o país.
Enquanto o volume de vítimas na faixa etária entre 12 e 18 anos ficou em 2,67 para cada grupo de 1 mil, conforme a média do país, João Pessoa deve registrar 298 mortes, o que equivale a um índice de 3,4 em uma população estimada de 88.464 adolescentes.
Campina Grande também apresentou número superior à taxa de homicídios de adolescentes esperada para o Brasil, com índices de 3,29. Em números reais, a cidade deve perder 168 pessoas com idade entre 12 e 18 anos até 2013. No caso do município de Santa Rita, a situação é ainda mais alarmante, visto que a estimativa prevista para a cidade é de 3,78 mortes em cada grupo de 1 mil adolescentes – mais elevada do que a média brasileira e também maior que a estimativa para a região Nordeste, que é de 3,53 mortos para cada 1 mil jovens.
No município, o estudo projeta a morte de 70 jovens.
O IHA para João Pessoa, em 2007, superou nas últimas projeções feitas, com base em dados de 2005 e 2006, em que a capital obteve índices de 2,13 e 2,78 mortes a cada 1 mil adolescentes, respectivamente. Campina Grande também apresentou uma elevação na taxa, passando de um índice de 2,98 assassinatos, conforme do IHA 2006, para 3,29 homicídios. Apenas Santa Rita obteve redução nos números. De acordo com os dados relativos ao ano de 2006, eram projetados 3,87 homicídios em cada grupo de 1 mil jovens, caindo para 3,78 mortes (2007).
O resultado da análise feita em 266 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes, com base no cenário observado no ano de 2007, estima que o número de adolescentes assassinados de 2007 a 2013 chegue a quase 33 mil, caso as condições prevalecentes em 2007 permaneçam as mesmas. A análise é uma iniciativa da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH/PR) e do Observatório de Favelas, em parceria com o Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Segundo o promotor de justiça da Infância e da Juventude, Alley Escorel, a medida eficiente para reduzir a letalidade nessa faixa etária está na implementação de políticas públicas no âmbito socio-educativo para os adolescentes, e não somente iniciativas na área da segurança pública. “Somente um trabalho articulado entre envolvendo esses eixos seria capaz de diminuir essas estimativas tão estarrecedoras”.
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