POLÍTICA
Visita de Eduardo Cunha gera bate-boca entre o governo e AL
Passagem do presidente da Câmara dos Deputados na Capital paraibana para a discussão da reforma política foi marcada por protestos e troca de acusações
Publicado em 11/04/2015 às 8:00
Tumulto, bate-boca e agressões foram o resultado da primeira audiência pública do programa 'Câmara Itinerante' que deveria debater, ontem, na Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) a reforma política e o projeto de novo Pacto Federativo. Contudo, o debate perdeu espaço para os protestos contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Dezenas de manifestantes de movimentos sindicais e sociais ocuparam a Assembleia. No tumulto, houve agressões e um vidro foi quebrado. Com o clima tenso, o presidente da Casa, deputado Adriano Galdino (PSB) suspendeu a audiência e convocou a Polícia Militar para esvaziar as galerias e conter os manifestantes.
Para dar continuidade ao debate, uma comissão formada pela deputada Estela Bezerra (PSB) e pelos petistas Anísio Maia e Frei Anastácio foi constituída para dialogar com os manifestantes, porém, não houve avanço. Com faixas de repúdio à presença de Eduardo Cunha, os manifestantes gritavam “Fora Cunha” e pediam a participação popular na discussão sobre a reforma política. Integrantes do movimento LGBT criticaram o preconceito aos homossexuais.
Sem a presença da polícia e com a continuidade da manifestação, Cunha foi retirado do plenário e sequer chegou a discursar. Desestabilizado pela manifestação, ele disparou uma série de críticas contra deputados, o PT e contra o governador Ricardo Coutinho (PSB), o acusando de omissão por não ter enviado a PM. Cunha ainda acusou Anísio Maia e Estela Bezerra de orquestrarem o ato.
“Simplesmente esses dois parlamentes introduziram na Assembleia os manifestantes e inclusive a deputada impediu que a polícia viesse para dar a segurança requisitada pelo presidente da Assembleia. Houve uma omissão do governo em garantir a integridade da Assembleia”, disse. Em nota, o governo do Estado rechaçou as acusações.
O presidente da câmara e as polêmicas
Terceirização
Em meio a protestos, Eduardo Cunha colocou em votação o projeto de lei que regulamenta a terceirização e ele foi aprovado. Na Paraíba, o presidente da Câmara disse que 80% do texto assegura os direitos doa trabalhadores.
Maioridade Penal
Eduardo Cunha agilizou na Câmara dos Deputados a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição 171/93, que trata do assunto. Ontem, ele criticou a morosidade do deputado Luiz Couto (PT), relator da PEC.
Aborto
O deputado já declarou ser contrário a qualquer projeto que trate da legalização do aborto ou amplie os direitos dos homossexuais. Ele ressaltou que o aborto só seria colocado em votação “por cima do seu cadáver”.
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